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O primeiro painel da manhã desta sexta-feira, 9, que integra o 21º Festival Mundial de Publicidade de Gramado, começou com críticas ao número reduzido de profissionais mulheres como painelistas do evento. No palco, a mediadora Liana Bazanela, que é presidente do Grupo de Atendimento do Rio Grande do Sul (GA-RS) e diretora da DeBrito Sul, e as diretoras Luisa Kracht e Fernanda Romano lamentaram fazer parte de uma parcela mínima de convidadas. "É realmente uma pena. Fica a dica para o próximo ano", brincou Liana.
Estreante, a diretora de Criação da Isobar, Andrea Siqueira, começou sua explanação apresentando números - como a renda feminina ter crescido nos últimos cinco anos, 40% dos lares brasileiros são comandados por mulheres, e que apenas 4% dos altos executivos está nas mãos femininas. "Mulheres não são maioria nem nicho de mercado", enfatizou.
A partir de sua experiência, comentou que, antigamente, eram destinados trabalhos somente nas áreas de Beleza, Higiene e Decoração para as profissionais da Publicidade e Propaganda. Destacou que as contas de automóveis e motocicletas não eram confiadas às criativas, até mesmo porque somavam um número inferior. "Acho importante o novo movimento no mercado, que nos permite assumir esse tipo de cliente."
Ainda, compartilhou iniciativas voltadas ao público feminino. Entre elas, See it be it - que na tradução livre significa veja isso, seja isso -, que visa a acelerar a carreira de jovens criativas com potencial para se tornarem grandes líderes; e Free the bid - que se entende por "livre a oferta" -, cujo objetivo é convidar as agências de Publicidade a incluírem, pelo menos, uma diretora mulher nos orçamentos. "É um absurdo isso precisar existir, mas é uma iniciativa necessária. Se precisa existir para relembrar isso, então que sejamos parte disso." Ao desabafar, a plateia aplaudiu e concordou aos gritos.