História da cobertura de guerra é pauta no primeiro dia do curso de correspondente

Promovido pelo Comando Militar do Sul, formação tem palestras e experiências práticas

Rodrigo Lopes relata algumas experiências aos alunos - Divulgação/Coletiva.net

O primeiro dia do Estágio Correspondente de Assuntos Militares (Ecam), para estudantes de Jornalismo, promovido pelo Comando Militar do Sul (CMS), iniciou-se nesta terça-feira, 24, no auditório do CMS (Rua dos Andradas, 562), em Porto Alegre. Aos 38 alunos, foram distribuídos bonés e camisetas para usarem durante a formação, que se estenderá até esta quinta-feira, 26. Além de orientações, palestras com o Chefe do Estado Maior do CMS, General de Brigada Fernando Telles Ferreira Bandeira, e o jornalista Rodrigo Lopes, compuseram o dia.

A palestra introdutória ficou a cargo de Bandeira, que contou a história de cobertura de guerra e a parceria dos repórteres com os chefes de batalhão, desde o seu início, na Crimeia, até os dias atuais. O general, após trazer narrativas de profissionais na área, falou aos presentes que é muito importante o jornalista ter senso crítico na hora de ser correspondente. "Temos milhões de bytes de dados e cada lado tem sua realidade. Dados e conhecimento são coisas diferentes, por isso, cabe a nós sabermos unir os dois para que possamos enxergar a verdade", afirmou, acrescentando que "na guerra, a primeira vítima é a verdade".

Em seguida, após um breve intervalo, os alunos foram contemplados com uma conversa com Rodrigo Lopes. O jornalista, que, ao longo de sua carreira, cobriu confrontos e tragédias por Zero Hora, onde atua, contou aos estudantes algumas de suas experiências. No bate-papo, ele trouxe relatos de quando fez a cobertura do conflito entre o exército iraquiano e o Estado Islâmico, em 2016. Ao Coletiva.net, o repórter deu dicas aos que pretendem seguir na área: "Uma boa reportagem pode estar do outro lado do mundo ou do outro lado da rua. Os dramas de uma guerra, muitas vezes, ocorrem aqui também, no Rio Grande do Sul", comentou. Segundo ele, o jornalista é aquele que lança uma luz sobre o drama. "Não podemos nunca perder a sensibilidade. Em uma zona de guerra, às vezes, fazer a matéria é o mais fácil. Temos que lembrar que somos humanos. A adrenalina te faz ter coragem e o medo te faz voltar à realidade nessas cenas", acrescentou.

No segundo dia de curso, os alunos terão palestras ministradas pelos jornalistas Humberto Trezzi, também de Zero Hora, e Roberta Salinet, assessora de imprensa do Ministério Público do Estado. Um repórter especial do Fantástico também está escalado para preleção. Depois das apresentações, os estudantes vivenciarão experiências de primeiros socorros em situação de crise. Participam do encontro universitários da ESPM-Sul, PUC, Ufrgs, UFSM, Ulbra, Unicruz, Unifin, Uniritter e Unisinos, que receberão certificado quando concluírem os três dias de curso.

Comentários