Vamos traduzir inovação?

Por Camila Dilélio, para Coletiva.net

Você confia em um aplicativo para encontrar um endereço? Hospeda-se na casa de um estranho para passar as férias? Conhece uma criança com menos de três anos que sabe mexer no celular? Segue nas redes sociais um simples mortal que influencia suas compras? Se respondeu sim para a maioria das perguntas, por que ainda resiste em incluir inovação na pauta? A brincadeira é apenas para chamar a atenção sobre a relevância do tema.

Inovação está presente na vida de todas as pessoas. Exemplos não faltam para ilustrar. Especialistas afirmam que é, inclusive, a única alternativa para o País superar a crise em que se encontra, transformando conhecimento em riqueza, a partir da criação de soluções. E isso engloba as áreas da saúde, educação, segurança e os mais tradicionais setores da economia. Entretanto, inovação, ciência e tecnologia ainda exigem tradução, exemplos simples, mas que expliquem de uma forma mais tangível o que de fato é a nova economia, as áreas portadoras de futuro, quem são as tão comentadas startups.

Há pouco mais de 10 anos, inteligência artificial era vista por muitos como ficção científica. Em 2019, conforme pesquisa realizada pela Mckinsey & Company, ficou entre os quatro assuntos mais discutidos por executivos de todos os cantos do planeta durante o Fórum Econômico Mundial, em Davos. Em um movimento histórico, aponta o estudo, representantes de companhias globais se mostraram dispostos a incluir a tecnologia em seus negócios. Não discutiram apenas o valor do petróleo. Falaram sobre tecnologias portadoras do futuro e sobre como elas podem gerar riqueza para seus países.

Isso aponta uma mudança de comportamento expressiva e reforça a tese de que a temática precisa entrar nas rodas de conversa, nos grupos de WhatsApp da família. Não estamos mais falando de futuro, mas de um presente que muda o tempo todo e impacta diretamente nas nossas vidas.

Talvez esteja nas nossas mãos, comunicadores, simplificar a linguagem utilizada por cientistas, falar sobre tecnologia de um jeito mais empático. Mostrar a todas as camadas da sociedade que é possível criar soluções para problemas reais e ganhar dinheiro com isso. E se a solução for muito boa, gerar riqueza para sua região.

O factual seguirá sempre sendo importante, capa de jornal, mas a inovação ao alcance de mais gente pode ser a chave para fazermos a transição para o século 21 com mais velocidade e sucesso. Vamos traduzir e espalhar esse conhecimento?

Camila Dilélio é jornalista, coordenadora de Comunicação da Secretaria de Inovação, Ciência e Tecnologia do RS.

Comentários