Há quem diga que 2016 não deixará saudades. Controvérsias a parte, 2017 já pode chegar trazendo ajustes de um ano anterior de transformações para empresas que precisaram rever seus processos e estratégias para adotarem novas soluções, principalmente nas áreas de assessoria de imprensa e comunicação.
Somos uma agência de assessoria de imprensa pequena, alguns chamam de "boutique", o que nada mais é que uma agência com estrutura enxuta e nível hierárquico mais flexível, mas com foco em resultados, contato direto e diário com clientes, além de profissionais afinados. Embora o tamanho seja documento para algumas empresas, quando os resultados são grandes e os objetivos atendidos ser pequeno acaba perdendo relevância para um  atendimento mais próximo e um relacionamento de mais importância, onde não se é apenas mais um e não se trabalha para cumprir "tabela".
Em 2016, percebemos que as necessidades de algumas empresas sofreram mudanças. Foi um ano em que aprendemos com a crise e geramos oportunidades com ela. Houve movimentação de contas, entre indústrias, franquias e consultorias, que chegaram até nós de estruturas maiores, com processos mais abrangentes e amplas necessidades de suporte e influência nas mídias para possíveis crises de imagem. Assumimos nomes maiores com necessidades incomuns a qualquer outro porte de empresa: custos mais baixos, mas com bons resultados. Foi um ano de troca e aprendizado mútuos, que renderam bons resultados e um relacionamento entre agência e cliente 100% dedicado.
Para trazer os resultados foi preciso quebrar alguns paradigmas, sair do comodismo e da burocracia dos processos que ficam pelo caminho. Ajustamos o ritmo do atendimento com essas novas empresas, tornando a agência parte diária da rotina delas. Também foi necessário e fundamental ajudá-las a sair do trabalho engessado para a ciência plena das ferramentas de comunicação para atingir públicos variados - de jornalistas e influenciadores digitais, executando um trabalho completo. Para essas empresas, o dia a dia ficou mais dinâmico, o relacionamento mais próximo ao de costume, uma vez que foi possível vivenciar a cultura da empresa de forma mais íntima.
Flexibilizar o trabalho de comunicação não foi tarefa fácil, exigiu mudança de comportamento do cliente e disponibilidade dele para acreditar em uma nova abordagem e formato de trabalho. Mas, por outro lado, ganhamos em agilidade, em menos burocracia e em mais timing, terminando 2016 mais parceiros e proporcionando uma experiência inovadora e criativa - mesmo com recursos mais enxutos.
Com essas novas contas, apostamos em uma comunicação customizada com produção de conteúdo em diversos formatos para trazer resultados mais efetivos, ao contrário do excesso de abordagens sem contexto. Dessa forma, foi possível posicionar clientes como fontes qualificadas em veículos de circulação nacional, quando esses também acreditaram que o momento era de prezar pela inteligência de comunicação e não pela quantidade de entrega.
Vale abrir um parêntese sobre uma característica mais típica em empresas maiores: ultrapassar a barreira da hierarquia exigiu jogo de cintura e uma pitada de paciência - alguns executivos simplesmente não querem ser acessados quando esses deveriam ser parte fundamental do planejamento de marketing e estarem cientes de como a comunicação está sendo trabalhada e seu nome divulgado. Ajudar a agência também é colaborar para a efetividade do resultado.
Como aprendizado final, para as pequenas agências e clientes, o ano de 2016 foi aquele respiro necessário para avaliar causas e efeitos, e compreender que a comunicação "desengessada" integra departamentos e propõe uma realidade mais próxima com o mercado, fortalecendo marcas, resultados e colaborando muito para a evolução do relacionamento entre agência x cliente, trazendo mais inteligência de resultado e parceria.
Talita Scotto é jornalista e diretora de comunicação da Agência Contatto, especializada em assessoria de imprensa e conteúdo ( www.agenciacontatto.com.br)