A aceitação digital

Por Marcelo Oliveira Em meados de 1999, quando foi iniciado o processo de transformação do “Guia da Imprensa e da Propaganda” em Coletiva.net, desenvolvedores, …

Por Marcelo Oliveira
Em meados de 1999, quando foi iniciado o processo de transformação do "Guia da Imprensa e da Propaganda" em Coletiva.net, desenvolvedores, designers e gerentes de projetos tinham o mero cargo de " webmasters" ou, vulgarmente falando, eram os "caras que faziam sites". Até então, eram as pessoas que conseguiam extrair o máximo das ferramentas que estavam disponíveis no mundo virtual e transformá-las em negócios.
No Jantar da Propaganda 2010, promovido pela Associação Riograndense de Propaganda no Centro de Eventos do BarraShoppingSul em Porto Alegre, assim como em outros eventos de comunicação, uma das coisas que mais me chamou a atenção foi a quantidade de premiações para o segmento Web. Designer de interfaces, Gerente de projetos Web e até mesmo Desenvolvedores. O mercado está mudando e ao mesmo tempo reconhecendo os profissionais que trabalham com Web. Hoje, campanhas de comunicação só são completas se usarem a internet. Algumas, inclusive, são feitas exclusivamente para a Web. Isso só está sendo possível em função do crescimento do consumo de mídias digitais, de aparelhos digitais, etc.
E a rede não para de crescer e de oferecer oportunidades profissionais inovadoras. Um exemplo é o mediador de mídias sociais. Profissional que tem a responsabilidade de reunir informações e de procurar formas de divulgação nas diversas redes sociais espalhadas pelo mundo. Capacidade de síntese ou realmente mediador? Facebook, Orkut, Twitter? Criar uma página no Facebook não é a mesma coisa que fazer uma menção no Twitter e por aí vai. O mediador de mídias sociais precisa ter capacidade de entender o que os outros querem e procuram. De estar ligado em toda e qualquer notícia que possa virar conteúdo. Nos EUA, Canadá e Inglaterra, mais de 76% dos gerentes de marketing acreditam que o monitoramento de redes sociais deve ser um investimento pesado das empresas, segundo estudo da TNS Media Intelligence/Cymfony.
E o pior de tudo é encontrar pessoal qualificado para essa ou aquela função. Durante três meses corremos atrás de um " HTML Coder" para o DZ Estúdio. É a pessoa que programa "aquilo que você vê", o responsável pela programação " front-end" de projetos voltados para a internet. O botão no lugar certo, o formulário bonitinho, a boa estrutura de códigos que permite uma melhor indexação para sistemas de buscas? Acontece que o bom " HTML Coder" já está empregado. Tem muito espaço no mercado e poucos profissionais capacitados para assumirem tais posições. Isso também está mudando. Cursos superiores já oferecem cadeiras específicas de internet, comunicação digital, programação. O que antes era um bicho de sete cabeças agora está se tornando um "futuro promissor".
Para os profissionais de tecnologia, o desenvolvimento da Web acontece em ciclos de 10 anos. Na primeira década da Web, muito de seu desenvolvimento estava focado nos bastidores, ou na infraestrutura. Os programadores criaram os protocolos e as linguagens de código que usamos para fazer páginas da Web. Na segunda década, o foco mudou para a linha de frente e a era da Web 2.0 teve seu início. Agora, as pessoas usam as páginas da Web como plataformas para outros aplicativos e também criam maneiras de tornar as experiências da rede mais interativas. Nós estamos no fim do ciclo da Web 2.0. O próximo ciclo será a Web 3.0 e o foco voltará aos bastidores. Os programadores refinarão a infraestrutura da Internet para explorar as capacidades avançadas dos navegadores da Web 3.0. A Web evoluirá para um ambiente tridimensional e, em vez de uma Web 3.0, nós veremos uma Web 3D. Quando essa fase estiver terminada, nós entraremos na era da Web 4.0, quando o foco retornará para a linha de frente e veremos milhares de novos programas que utilizarão a Web 3.0 como base. Daqui 10 anos o mercado estará procurando outro tipo de profissional.
Essas mudanças fazem com que o mercado se adapte, o profissional se especialize e a sociedade valorize cada vez mais os meios digitais. Mais e mais profissionais serão demandados, mais espaços para experiências digitais surgirá e mais reconhecimento de um mercado sem limites tomará forma. A aceitação da era digital já é fato. Cabe ao profissional da internet colocar em prática os desejos e vontades de um mercado cada vez mais faminto de novidades e que se adapta rapidamente as novas tecnologias.

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