A eleição de Sartori: a evolução da imagem do candidato durante a campanha (Final)

Por Elis Radman Para se avaliar o potencial de um candidato, mais importante do que aferir sua intenção de voto, deve-se compreender a imagem …

Por Elis Radman
Para se avaliar o potencial de um candidato, mais importante do que aferir sua intenção de voto, deve-se compreender a imagem do candidato na base em estudo, o conhecimento em relação ao seu nome e o seu "mercado eleitoral" (entendido aqui como imagem positiva de pessoas que votariam + poderiam votar + simpatizam com o candidato).
Diante desde contexto, o potencial inicial de José Ivo Sartori em maio de 2014 indicava que o candidato "era um nome conhecido" de 1/3 do gaúchos e que 1/4 do Estado detinha uma imagem positiva dele. Os testes sobre o conhecimento de sua gestão em Caxias indicavam que 29,8% dos gaúchos detinham alguma informação (sendo que 6,5% receberam informação de que Caxias tinha um bom prefeito e 19,9% sabiam que este "bom prefeito" era Sartori).
Em junho de 2014, no momento que Sartori detinha 7,1% de intenção de voto, se realizaram testes individuais sobre a possibilidade de voto em Sartori. A pergunta era "se os gaúchos poderiam votar no candidato e o motivo". O resultado indicava que havia uma possibilidade de Sartori obter até 61,3% de votos, e os argumentos utilizados pelos eleitores na época foram os seguintes: 1º) Provar que se eleito iria continuar o que estivesse bom e mudar apenas o que estivesse ruim = 17,4%; 2º) Provar que sua proposta de governo era melhor para o RS = 17,0%: 3º) Provar que tinha um projeto melhor do que os outros candidatos = 16,6%; e 4º) Mostrar que tinha equipe para governar o RS = 10,3%.
Nesta mesma época verifica-se que na percepção do eleitor a maior fragilidade da candidata Ana Amélia estava na falta de experiência administrativa e na possibilidade de a candidata deixar em aberto sua vaga no Senado.

A tarefa dos estrategistas da campanha de Sartori era de aumentar o conhecimento do candidato, paralelamente à divulgação de seu trabalho em Caxias. Tal ação tendia a constituir o candidato, desconstituindo naturalmente sua principal adversária.
No começo do mês de setembro o mercado eleitoral de Sartori atingiu um patamar de 47,6% (de gaúchos que intencionavam votar, poderiam votar ou simpatizavam) e 61,2% dos gaúchos já o conheciam. No segundo turno o mercado eleitoral já estava em 72,8% e 88% dos gaúchos já o conheciam. E a maior parte do eleitorado tinha a seguinte tradução da campanha: "O Gringo que faz é gente como a gente e tem o Rio Grande como partido".
Elis Radmann é mestre em Ciência Política pela Ufrgs e diretora do IPO - Instituto Pesquisas de Opinião.
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