A mídia redescobrirá a filantropia no novo século?

Por Juceli Azevedo Os anos 80 foram de um mau gosto em termos de roupas e, principalmente, cabelos. Quem não lembra a lendária década …

Por Juceli Azevedo
Os anos 80 foram de um mau gosto em termos de roupas e, principalmente, cabelos. Quem não lembra a lendária década em que as roupas e os clipes de Madona e Cindy Lauper eram praticamente iguais? E as perucas e trancinhas do Boy George? Ainda bem que importamos para os 80 a ressurreição dos lendários Barry White e Tina Turner. Esta última ressurgida das sombras com um cabelo para lá de "atual" para os parâmetros da época.
Já Annie Lennox retratava a ascensão feminina ao lado da Aretha Franklin. Duran Duran, por alguns meses, juraram que eram os Beatles e Frankie foi para Hollywood, lugar que já era freqüentado pelo astro do Wham, George Michael. Para finalizar a década, o Marvin Gaye foi assassinado pelo próprio pai. Bruce Springsteen subiu ao estrelato enquanto o astro Ronald Reagan, à presidência.
Se olharmos com bom humor e um pouco de distanciamento em relação aos dias de hoje e à década de 90, vemos que algo surgiu e foi de grande valia para o mundo, mídia e empresas: a filantropia. Em 1984, a Etiópia passava por uma crise que levava grande parte de sua população à fome e morte. Um músico inglês chamado Bob Geldolf compôs uma canção que foi gravada em conjunto com um grupo de estrelas do pop da ilha que, definitivamente, voltou os holofotes da mídia para os habitantes deste planeta em época de Guerra nas Estrelas.
Do outro lado do Atlântico, a movimentação também se deu e em seguida as pessoas começaram, novamente, a falar em solidariedade. Afinal, nada menos para a versão americana: "We are the World", com a modéstia pertinente.
As empresas, através da exposição na mídia para estas causas filantrópicas, deram-se conta de sua inserção na comunidade e seu papel vital para a melhoria das condições sociais. Com isso, houve um engajamento formal enquanto que as sementes do marketing social era lançado e as primeiras ONGs surgiam.
Já a sociedade passou à valorização do ser solidário. Atualmente, o trabalho solidário é bem visto para candidatos a trainee e até para presidentes de grandes corporação. A solidariedade entrou na pauta, na moda e na mídia.
Mas qual o papel impulsionador dos meios de comunicação nisto tudo? Como chegaremos ao final desta primeira década do novo século no que se refere aos direitos humanos, por exemplo? Será que atualmente a mídia tem ainda este incrível poder de sensibilizar e transformar ou as crianças da Etiópia tiveram sorte numa década em que o controle remoto ainda era novidade?
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