A propaganda e a justiça do trabalho

Por João Firme

Graças ao Teixeirinha, que desistiu de cachê, passagem e hotel para atuar no Jantar com as Estrelas da TV Tupi, na condição de que, como formando de Ciências Jurídicas de 1973 da UPF, pudesse promover o 1º Seminário Nacional do Novo Código de Processo Civil, fossemos sabatinados pelos apresentadores Airton Pimentel e Lolita Rodrigues. Pelas tantas, surgiu uma pergunta para o evento que estávamos preparando: "Por que a Justiça do Trabalho só protege o empregado?". Respondi incontinente: "Este é o princípio, mas aqueles empreendedores que dialogam e humanizam suas empresas com o amor são felizes".

Dirigimos três empresas na época e, a quarta, Arauto Propaganda, ainda estava sem reclamatórias. O Airton sorriu, acrescentando: "Que belo exemplo desses jovens de Passo Fundo".

Lembramos esse fato ao ministro do TST, Gelson de Azevedo, nosso ex-colega no TRT da 4ª Região, na 5ª Turma, que, hoje, é um dos responsáveis pela transformação da Justiça do Trabalho depois de estudar muito na França e na Espanha.

Na conversação, acrescentamos ter participado até de cursos com retiros promovidos pela Associação de Dirigentes de Empresários Cristãos para aprender como se comunicar com os funcionários e compreender seus anseios. Sentamos juntos três empresários no jantar de um retiro na Vila Nova e perguntei para um deles, o majoritário da Calçados Reichert, de Campo Bom, quantos empregados ele tinha. Cinco mil, respondeu-me. E o outro, à minha esquerda, dirigente do Curtume Silveira, de Novo Hamburgo: "Três mil".

Contestamos: "Mas o que estamos fazendo aqui, com 37?". É certo que já passaram mais de mil na nossa história empresarial sem nunca termos passado por qualquer reclamatória. Falamos a eles que entrevistávamos pessoalmente todos os candidatos, dando sempre preferência aos mais humildes e àqueles que estudavam. Além disso, implantamos a música ambiental no trabalho e liberávamos lanche e transporte para irem à escola.

Cremos que, com a propaganda, ganhamos a simpatia dos calçadistas, pois nos chamaram em 30 dias para entregarem as contas publicitárias e, de quebra, ganhamos a 1ª Fenac, que se somou à Fenasoja e à Fenatrigo. No final, acabamos inaugurando uma filial da Arauto em  Novo Hamburgo, em que empregamos 10 publicitários e jornalistas, respeitando os salários das  categorias salariais estabelecidas em dissídios.

Hoje vivemos para trabalhar como voluntários nas entidades da Propaganda que fundamos.

Somos todos Propaganda. Acredite no Brasil. Faça o bem.

João Firme é publicitário, jornalista e advogado.

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