África do Sul na nossa vida

Por Nádia Rebouças Escrevi um texto sobre a recente visita da Rebouças & Associados a uma mineradora inglesa, a Lonmin, na África do Sul, …

Por Nádia Rebouças

Escrevi um texto sobre a recente visita da Rebouças & Associados a uma mineradora inglesa, a Lonmin, na África do Sul, a convite do LEBD -Landmark Education Business Development . Mas aqui, onde falo com amigos, parceiros e companheiros de busca para transformação da sociedade e planeta, compartilho mais profundamente os aprendizados.


A primeira surpresa é perceber concretamente que o desafio da gestão estratégica da comunicação é um problema global. As empresas, em qualquer lugar do planeta, estão mudando seu olhar sobre a importância dos funcionários/empregados, colaboradores e das comunidades de influência para uma gestão com resultados. Também se confirma que a comunicação coorporativa e institucional que produz o verdadeiro valor para as marcas está na agenda. O Brasil tem avançado nessas matérias muito rapidamente nos últimos anos. Também aprendemos e evoluímos na concepção de tecnologias sociais que possam, efetivamente, fazer uma diferença na vida de comunidades além do muro de nossas organizações. Apesar de todas essas vivências, a realidade da África do Sul traz desafios mais profundos e desconhecidos. Fomos para uma região agrícola com pólo industrial. Muitas minas, e muitas subterrâneas. A realidade social é diferente: os índices de contaminação de HIV, violência e absenteísmo são enormes. A população total é de 43,8 milhões, 21,5% com AIDS. Falam-se 11 idiomas o que por si só mostra os potenciais bloqueios para uma comunicação efetiva. Os brancos são loiros de olhos azuis . Não há mistura. Existe uma certa tristeza nos olhares, de todos. Quase todos entendem inglês, mas os brancos preferem o  Afrikaans e os negros seus dialetos. Sentados na mesma mesa, a conversa freqüentemente sai do inglês para pequenos comentários em Afrikaans entre os brancos, e em Tswana, por exemplo, entre os negros. O apartheid foi dizimado, mas não dos corações. O LEBD montou uma estrutura operacional para aplicar sua metodologia exclusiva para o desenvolvimento humano com resultados para negócios. Tivemos oportunidades de conviver com uma equipe multiracial e multifunção, e aprendemos muito. Acho que também pudemos mostrar como uma comunicação planejada estrategicamente é ferramenta indispensável para a eficiência do processo.


O desafio é gestão. Precisamos ter objetivos claros em qualquer organização, gerir processos, motivar pessoas, transformar pessoas para que elas sejam multiplicadores da mudança. A comunicação, ou a falta dela, está ali, atravancando as conversas entre diretores, gerentes e supervisores. Diretores e gerentes são brancos, ingleses ou Afrikaans, e a maioria negra são mineiros. Isso não é muito diferente aqui ou na África do Sul. O que muda é que lá isso também inclui anos de separatismo e escravidão entre negros e brancos. O país está na busca da sua reconstrução, e as empresas têm um papel estratégico no favorecimento de condições para essa transformação. E nós continuamos aprendendo com a certeza que a eficiência do nosso trabalho de comunicação pode fazer a diferença para resultados nos negócios, mas, principalmente, para aumentar o índice de felicidade de todas as pessoas envolvidas na produção de riquezas. Lá, teremos o desafio de completar um diagnóstico da comunicação e dar um suporte à grande operação montada pelo LEBD (conheçam mais entrando no site www.lebd.com.br).

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