As marcas de hoje irão resistir à evolução digital

Por Paulo Roberto Kendzerski* Este artigo tem a pretensão de discutir o momento atual das empresas e o futuro das mesmas. Apesar dos empresários …

Por Paulo Roberto Kendzerski*
Este artigo tem a pretensão de discutir o momento atual das empresas e o futuro das mesmas.
Apesar dos empresários não parecerem muito preocupados com o futuro das suas empresas, queremos discutir exatamente este ponto. Até porque muitos destes empresários "acreditam" que irão existir por séculos.
Quem não lembra de Marcas famosas como Mesbla, Imcosul, JH Santos, Disapel, Hermes Macedo, só pra citar algumas do varejo da década de 80 e inicio dos anos 90???
Em pouco mais de 10 anos estas marcas de empresas poderosas deixaram de existir. Nem pesquisando na WEB se encontra alguma referência a elas. A única exceção é a Mesbla, que possui ainda alguns comentários em revistas eletrônicas, citando o poderio da empresa que teve mais de 28 mil funcionários e 180 lojas em todo o Brasil.
No estudo Raio-X do e-commerce no RS. Quem é quem na mente do e-consumidor gaúcho, realizado pela WBI Brasil (www.wbibrasil.com.br), ficou constatado que existe uma mudança de comportamento do consumidor moderno.
A grande reflexão proposta no estudo é mostrar que o consumidor hoje passa a ter outras Marcas na mente e que no futuro as atuais líderes de mercado podem deixar de existir caso não ocupem seus espaços junto aos e-consumidores, independente delas venderem ou não pela WEB.
No estudo eu cito meu próprio exemplo como consumidor. Aprendi a comprar acompanhado dos meus pais, que me levavam nas lojas que eles (pais) estavam acostumados a freqüentar e que hoje os meus filhos compram sem nenhuma intervenção minha ou da minha esposa (mãe dos meus filhos), pois são eles mesmos que escolhem as lojas, os produtos e as marcas que eles querem adquirir.
Esta mudança no comportamento das novas gerações precisa ser compreendida pelo empresário. Caso contrário ele pode vir a ser uma nova Mesbla?
Portanto, o sucesso no passado não garante de forma nenhuma sequer uma presença no futuro. É preciso que as empresas, principalmente as do varejo que ainda não despertaram para o potencial da Internet, comecem a desenvolver Estratégias Digitais para se relacionar com este público.
Das Marcas on-line citadas no estudo (Amazon, Submarino, Google, Dell, Yahho, Orkut), nenhuma delas existia 10 anos atrás. E a pergunta que ficou no ar: Será que as marcas líderes hoje vão existir daqui a 10 anos???
O baixo índice de citação das marcas tradicionais no estudo mostra que o sinal amarelo está aceso. E os gestores destas redes precisam estar atentos ao que acontece no meio virtual. A WEB mostra cada vez mais que o importante não é somente ter um site perfeito no que tange Á tecnologia, mas sim desenvolver ações eficientes com seu público visando conquistá-lo e fidelizá-lo.
Os números estão ai e mostram exatamente o que está acontecendo no meio digital. Os próprios sites de conteúdo indicados pelos internautas na pesquisa apontam para um crescimento dos veículos exclusivamente de mídia digital, enquanto jornais tradicionais perderam definitivamente seu espaço na mente do consumidor.
Quanto tempo levará para que este consumidor deixe de assinar o jornal impresso que ele lê há anos?
Quanto tempo levará para ele optar por um veículo mais ágil, mais completo e que permite ao leitor ter acesso ao seu conteúdo em qualquer lugar???
A mobilidade crescente dos diversos aparelhos disponíveis no mercado (PDA?s, palmtop?s, celulares, etc?) aponta para que estes veículos comecem a "pensar" numa alternativa. Do jeito que está, eles estão perdendo espaço. E clientes também?
Será que o profissional que ingressar no mercado daqui a 5 anos irá ler o jornal que o pai dele está acostumado hoje?
Os resultados apresentados no estudo no que se refere ao posicionamento dos sites das grandes marcas e a relevância destes sites apontam para uma necessidade urgente de adequação do que é Internet e como irão enfrentar as e-empresas.
Um dado apontado no estudo chamou a atenção do público: ao pesquisar alguns produtos nos mecanismos de busca, 100% da pesquisa não apontou nenhuma empresa do RS entre as 10 primeiras páginas deste mecanismo. Um internauta normalmente procura no máximo até a segunda página para localizar um produto ou serviço que ele deseja.
E as perguntas são muitas?
Onde estão estas empresas???
Como o consumidor irá encontrá-las na WEB???
O que estão fazendo as entidades de classe que deveriam esclarecer seus associados???
Infelizmente não vimos nenhum movimento dos representantes destas entidades para conhecer o mercado digital. Sinal que não se interessam pelo tema. Como conseqüência, seus associados ficam a mercê dos predadores do mercado.
Um outro dado que merece uma grande reflexão dos gestores destas empresas é o fato de que somente 1% das empresas analisadas possui um domínio .COM, mostrando que o problema não é investimento, pois um domínio custa apenas R$ 30,00 por ano. Outro ponto apontado como um grande problema nestes sites é o cadastro.
Enquanto alguns pedem dados demais como CIC e RG (30% do total pesquisado), outros pedem somente o e-mail (34%), mostrando que não existe nenhuma política de relacionamento com o potencial consumidor. O cadastro muitas vezes é o mesmo para receber promoções e comprar, mostrando um grande descuido com o perfil do seu potencial cliente.
Um bom projeto WEB necessita dar uma atenção enorme ao DBM (Data Base Marketing), pois é dele que serão criados os filtros e os perfis dos potenciais clientes. Se não, um cliente masculino pode passar a receber e-mail com o seguinte título: Se Liga, Mulherada!!! Um verdadeiro anti-case de relacionamento.
Concluindo este artigo, cito quatro ações essenciais para que uma empresa obtenha sucesso no futuro. A primeira delas é que as empresas desenvolvam uma estratégia de otimização do seu WEBsite de forma eficiente. Assim ele poderá ser facilmente localizado nos mecanismos de busca. No estudo feito, somente 1% das empresas desenvolveu uma estratégia de otimização nos buscadores.
A segunda sugestão é que a empresa desenvolva um DBM segmentado. Que as ações de relacionamento como o e-mail marketing sejam mais eficientes, pois o formato adotado bem como o momento de contato muitas vezes inviabiliza uma campanha e destrói uma marca ao invés de construí-la.
Concluindo, para uma empresa obter sucesso no futuro será necessário que ela utilize de forma eficiente as ferramentas de Comunicação da era digital. Assim ela estará interagindo conforme o mercado hoje exige. Total mobilidade e interatividade. E que elas conheçam e entendam o que são ferramentas de comunicação da era digital?
* Paulo Roberto Kendzerski é diretor de Marketing da WBI Brasil; consultor em E-Business, especializado em Comércio Eletrônico.
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