Avalanche eleitoral

Por Daniel Oliveira O Marketing de Interrupção está chegando ao seu limite dando lugar ao Marketing de Permissão Esta aí mais uma eleição! E …

Por Daniel Oliveira
O Marketing de Interrupção está chegando ao seu limite dando lugar ao Marketing de Permissão
Esta aí mais uma eleição! E com ela o horário eleitoral, obrigatório e "gratuito". Chegou a hora de procurar um bom livro, um novo CD ou até mesmo apreciar um dos muitos canais em sua TV a cabo. Se você não possui essas saídas, tudo bem! Aproveite para conversar com os amigos ou ficar com sua família. Sim, faça tudo isso! Pois vem ai três meses de falta de criatividade, estratégias desesperadas de marketing e muita, mas muita sujeira exposta.
Então me ocorre uma pergunta: Por que isso?
A política é como a publicidade: pela argumentação prova que o produto A é melhor do que o B, sem nunca questionar se quem ouviu quis ouvir, muito menos comprar.
É o que acontecerá a partir de agora!
Interrompido em seu dia-a-dia, o eleitor se verá obrigado a procurar um canal da TV paga ou desligar o aparelho. Será acordado por carreatas em frente a sua porta, terá sua caixa de correspondência abarrotada de panfletos. Ouvirá que o político A roubou menos que o político B, com sorte receberá o abraço de alguém em algum evento festivo e ao final, no dia da eleição, não terá a menor idéia de em quem irá votar.
A propaganda é isso aí? Uma imensa preocupação com share, em uma mensagem bonita que irá interromper o seu dia, lhe fazer parar, olhar e possivelmente lembrar a marca, fazendo com que não exista mais tempo para você entender o que e porque compra.
A imensa quantidade de meios de informação obriga o público a ser seletivo nas mensagens que recebe. A competição e a característica similar entre os produtos oferecidos dificultam a divulgação, e levam ao aumento da freqüência que incomoda o público, por ser mais vezes interrompido e abordado pela mesma mensagem.
E onde eu quero chegar? Queremos mostrar que o mundo é outro e as pessoas precisam ser abordadas de uma forma mais inteligente. Precisamos apresentar nossas mensagens a públicos definidos, que tenham interesse em receber nossa informação, que comprem nossas idéias, entendam, avaliem e repassem.
Os políticos precisam pensar a sua mensagem voltada para o público e interagir com ele por mais tempo, e não apenas no período eleitoral. Um bom político irá criar seu grupo de discussão, abrirá canais de acesso às pessoas e irá convidar os interessados a participar. Visitará os focos de seu trabalho e irá convidar os interessados a participar, colocará equipes colhendo informações e irá convidar os interessados a responder, estudará exaustivamente os problemas e não terá medo de ensinar didaticamente o seu público onde quer levá-lo. Sua preocupação estará sempre focada em quem tem o interesse em saber, em quem dará sua autorização para receber mais informação, disposto a discutir todos os temas, receberá atenção!
Chamamos este método de Marketing de Permissão. O Marketing de Permissão tem como objetivo transformar desconhecidos em amigos e amigos em clientes. Esse processo vem ao encontro das necessidades do mercado.
1) Diminui o desperdício gerado pelas estratégias tradicionais de Marketing de Interrupção, que abordam uma imensa quantidade de pessoas, buscando alcançar apenas algumas delas.
2) Focaliza a ação, pois é diferente do Marketing Direto que busca limitar o grupo de ação, sem autorização do receptor, somente abordando pessoas interessadas no assunto.
3) Amplia a atenção do público final, que sendo receptor permissivo da informação capta um maior número de dados e fatalmente torna-se consumidor e replicador da idéia.
O cliente receptivo é fiel, permite a renovação da informação, ampliação do mix de ofertas e aumento do consumo médio. Somente esses dados permitem dizer que é um formato vencedor.
O Marketing de Permissão não é nenhuma novidade, está e esteve presente em muitos momentos da história. Quando o comércio era local e os produtos inteiramente artesanais, o cliente conhecia quem produzia e assim tinha total controle do processo. Com a revolução industrial e a evolução tecnológica, ocorreu o afastamento deste processo para os produtos de grande escala, interessados apenas na obtenção de mercados.
Hoje, com o grande número de produtos, a concorrência elevada, a falta de tempo do público final e os avanços tecnológicos, como o CRM, o DBM e o e-commerce foi possível individualizar novamente o atendimento ao cliente. Esta personificação do contato com o cliente permite recriar os processos de Marketing de Permissão.
Assim ai vai uma idéia para os Marketeiros de plantão! Convide o seu candidato a cativar seus eleitores através da participação e da confiança e convide suas empresas a cativarem seus clientes através da permissão e da informação. Eles o elegerão nesta e nas próximas eleições.
* bacharel em Comunicação Social - Publicidade e Propaganda, pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul e atua como Gerente de New Business da Over Comunicação de Porto Alegre, tendo já atuando no atendimento e planejamento estratégico.

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