Bom Rádio

Por Glauco Fonseca* Estava eu dirigindo e ouvindo a Rádio CBN 1340 AM. Confesso que sou muito mais fã da programação nacional da emissora …

Por Glauco Fonseca*
Estava eu dirigindo e ouvindo a Rádio CBN 1340 AM. Confesso que sou muito mais fã da programação nacional da emissora do que da local, até que fui surpreendido por uma longa e completíssima resenha turística sobre o município de Arvorezinha, que fica a duzentos e poucos quilômetros de Porto Alegre. O programete falava sobre as médias de temperatura em Arvorezinha durante o ano, do perfil étnico, das festividades, estradas, horários de ônibus e custo da passagem (dezenove reais, se não me engano), número de hotéis, leitos, preços de diárias, custo médio de refeição por pessoa e muito, muito mais.
Olha, fiquei tão bem impressionado com a qualidade do trabalho que, confesso, vou incluir Arvorezinha no meu roteiro turístico. O programa parecia uma lavagem cerebral, no bom sentido, dando destaque a tudo quanto era informação do município. Depois de ter ouvido o programa, a sensação é de que Arvorezinha deveria ocupar o mesmo espaço de Gramado e Canela em nossa agenda turística.
Pois tal foi o meu entusiasmo que liguei para o Domingos Martins, na Rádio Gaúcha, para saber mais detalhes do programa, quando vai ao ar, em que horários, quem produz, etc. Descobri que se chama Rota Gaúcha (mas que ouvi também na CBN).
Vai ao ar às sextas-feiras durante o Chamada Geral primeira edição, é produzido pelo Cid Martins e pelo Fábio Almeida (o nome do pessoal técnico eu não descobri, mas parabéns a eles também).
Eu ganhei de minha mãe um rádio em 1976 e, desde então, mantenho-me sempre envolvido com a mídia, sempre de modo muito carinhoso. E foi um programa de rádio que me catalisou a paixão, tornando-me habitue: o glorioso 2001, na Rádio Guaíba, tendo como um dos apresentadores o Lauro Hagemann. Se bem me lembro, o 2001 ia ao ar de segundas a sextas das 18 às 19h00, sempre com a abertura Also Sprach Zarathustra do filme homônimo de Stanley Kubrick, 2001. Era o equivalente a um programa do National Geographic Channel ou do Discovery Channel.
De lá pra cá, lembro ainda de algumas radiofonizações do Flávio Alcaraz Gomes, quando ainda estava na Gaúcha, trabalhos de alta qualidade feitos por quem, admitamos, entende de rádio como muito poucos.
Pelo trabalho que ouvi recentemente dos intrépidos produtores da Gaúcha (ainda não disseram a eles que o rádio é ultrapassado, que é veículo de cego, que está em decadência e outras bobagens atrozes de quem nada entende de mídia boa, de mídia fiel, de mídia que só perde em rapidez para a Internet), volto a confessar a minha fé de que o Rádio ainda vai nos surpreender muito, com a soma dos velhos com os novos talentos, com aquela coisa simples que, de tão bem feita, surpreende mais do que mil efeitos especiais.
* Glauco Fonseca é publicitário.
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