Coisas gaúchas

Por Antonio Oliveira* Sempre inovador, o Rio Grande do Sul marcou o primeiro turno da eleição municipal deste ano com alguns pioneirismos. Sem dúvida …

Por Antonio Oliveira*
Sempre inovador, o Rio Grande do Sul marcou o primeiro turno da eleição municipal deste ano com alguns pioneirismos.
Sem dúvida notável a participação do meu amigo e mediador Lasier Martins, que, em duas emissoras de televisão de uma mesma empresa, comandou com raro brilho e aparência senatorial dois programas ao mesmo tempo.
Na RBS TV, um debate com os candidatos a prefeito de Porto Alegre. E na TVCom, um debate sobre o futuro Conselho Federal de Jornalismo (CFJ).Uma beleza.
O fato de ter feito os dois debates ao mesmo tempo mostra, de certa maneira, o grande interesse da RBS em discutir ampla e democraticamente o Conselho. Não dava mesmo para esperar mais.
Não se pode deixar de fazer justiça num ponto: foi o primeiro debate em televisão que reuniu dois a favor e dois contra o CFJ. Nos debates anteriores, como aconteceu na Federasul, se não me falha a memória, houve um memorável e muito proveitoso debate com quatro notáveis jornalistas da cidade: todos contra o Conselho.
Dois assuntos de interesse nacional conduzidos pelo mesmo apresentador, no mesmo horário. Inovador. Pelo interesse que eu tinha pelos dois, quase sucumbi, descendo e subindo com o controle remoto do 12 para o 36 e do 36 para o 12. Loucura. No fim, acabei, como não poderia deixar de ser, fazendo alguma confusão nas minhas avaliações e conclusões.
Pelo brilhantismo - que não é novidade - cheguei a imaginar, num dado momento, que os dois programas estavam sendo apresentados ao vivo. Depois, prestando atenção, concluí que não. A gravata de um Lasier era diferente da do outro Lasier.
Ouvindo José Fogaça na defesa intransigente do Orçamento Participativo (OP) e de outras políticas já implantadas pela Frente Popular na cidade, concluí que ele e Raul Pont estarão de braços dados no segundo turno da eleição. Fogaça enche de elogios a administração de Porto Alegre.
Duas pessoas que pensam tão iguais sobre os problemas da cidade não podem ficar separadas numa eleição. A cidadania é que sai ganhando. Que bom!
Já ouvindo um professor e filósofo de quem não lembro bem o nome, no debate sobre o CFJ, fiquei sabendo, finalmente, o que que não é um monopólio. Ele disse que uma mesma empresa ter uma grande rede de jornais, uma grande rede de emissoras de televisões e uma grande rede de emissoras de rádio, não significa que seja um monopólio de comunicação.
Monopólio é a TVE. Maior, inclusive, que a Rede Globo. Interessante! E eu que não tinha me dado conta disto.
Na campanha eleitoral também inovamos. Alguns partidos foram punidos, tiveram que ceder seus já parcos espaços em rádio e televisão para concorrentes, mas um sindicato e uma federação passaram o tempo inteiro metendo o pau na administração de Porto Alegre, nos Governos Estadual e Federal. Tudo numa boa. Sem ferir a Lei Eleitoral.
Assim, vou acabar concluindo que, aqui no Estado, em tempo de eleição, é melhor ser dirigente sindical do que partidário.
Estaremos atentos. Que venha o segundo turno, com mais inovações!
* Antonio Oliveira é ex-presidente do Sindicato dos Jornalistas do RS e ex-conselheiro da Fenaj.
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