Como Entender o Mundo Segundo um Desenhista

Por Lionel Freitas Sem dúvida alguma a habilidade de desenhar é um dos talentos que inúmeras pessoas desejariam ter, aprender ou desenvolver. E a …

Por Lionel Freitas
Sem dúvida alguma a habilidade de desenhar é um dos talentos que inúmeras pessoas desejariam ter, aprender ou desenvolver. E a publicidade em si é uma das profissões que melhor souberam tirar vantagem dessa habilidade humana.
Muita gente acha que para ser publicitário é preciso saber desenhar, mas é claro que isso passa muito longe de ser uma regra. A única verdade nisso é que há muitas semelhanças entre o processo cognitivo de criar uma peça publicitária e um desenho. Sabendo disso, se o publicitário consegue juntar essas características: a habilidade publicitária e técnicas de um desenhista, a chance de conseguir reunir seus pensamentos em um resultado visual serão muito mais intuitivas.
Mas o que mais surpreende as pessoas é descobrir que longe de ser um dom divino, que vem com a sorte, como muitos pensam, desenhar é muito mais parecido com o talento musical do que talento manual. É verdade: a habilidade de transferir para o papel tudo o que sua imaginação puder inventar é muito mais resultado de uma série de técnicas adquiridas ao longo do tempo (às vezes desenvolvidas por você mesmo ou adquirido em livros ou cursos), muita dedicação e treinamento constante. Prova do que estou falando é que, todos nós, quando somos crianças, temos aquela vontade inquietante de pegar um giz de cera ou um lápis de cor e sair rabiscando papéis ou até as paredes da casa. Mais do que despertar a fúria dos pais, quando pequenos, nossa mente está se expandindo, absorvendo uma quantidade absurda de informações e imagens, sendo natural procurarmos uma forma de expressar essa explosão de cores e formas, essa bagunça mental que estamos vivendo porque a linguagem vocal ainda não está desenvolvida e não nos permite dizer o que queremos.
Ai chegamos num ponto crucial: a grande maioria das pessoas deixa de desenhar a medida em que se desenvolvem, crescem, enquanto outras, não importa o que aconteça, não perdem esse costume. E é por isso que quando atingem uma certa idade, seus desenhos tem um aspecto e qualidade muito acima das pessoas comuns. Não é dom divino, é só um exercício de repetição.
Então desenho é prática? Só isso?  
Quase isso. Existem muitas dicas e técnicas de desenho por aí. Minha dica é: se você tem vontade de desenhar, comece o quanto antes, sem se preocupar com o resultado. O importante é começar a exercitar sua mente e educar sua mão para isso, porque mesmo quem já desenha bem, nunca o deixa de fazer e assim a melhoria é contínua. Outra dica: Engane seu cérebro. Pense no que quer desenhar, mas, enquanto esboça, não pense no resultado final. Preocupe-se em lapidar as formas, divertir-se no processo de riscar o papel. Quando você pensa no resultado final, cria expectativas de um resultado que às vezes só se alcança depois de riscar a mesma forma várias vezes.
É isso: comece rabiscando, sem grandes expectativas. Aproveite para ir "soltando a mão". Nisso você começa a se divertir, vai acrescentando um detalhe aqui e outro ali e ai sim, quando percebe já fez várias figuras que lembram muito o que você queria antes de começar.
Quer dizer que é totalmente possível aprender a desenhar mesmo depois de adulto?
Sim. Mas não quer dizer que seja simples. A maior dificuldade de você querer aprender depois de adulto é que talvez você não tenha mais a paciência nem tempo necessário para isso. Experimente como um hobby, sem grandes cobranças (percebeu que de uma hora para outra, voltar a pintar figuras com lápis de cor visando o relaxamento ou antiestresse virou moda?). Como disse no tópico anterior: curta o processo, não apenas o ponto final da viagem. A imaginação não tem idade e a criatividade não tem limites.
Busque a sincronia perfeita entre sua mente e sua mão.
A grande sacada de criar um desenho é utilizar um elemento iconográfico, ou seja, uma figura que em qualquer cultura seja facilmente reconhecida. Existem duas técnicas para encontrar a melhor representação de uma figura: formas e contornos. Os contornos são as linhas e curvas, e as formas são figuras com preenchimento interno, como as formas geométricas primitivas. Se eu precisasse resumir em um desenho, como funciona a mente de um ilustrador, eu explicaria com algo mais ou menos como na imagem.
Bem empolgante não é? Agora você consegue ver um objeto, identificar sua forma e até mesmo alterá-la mentalmente, podendo repassá-la manualmente ao papel de maneira habilidosa e esteticamente bem feita. Então mais que habilidade, a técnica também tem que ser estudada e praticada.
Aqui na Gênia não poderia ser diferente. Temos uma equipe preparada para unir a sua marca com elementos ilustrados de uma forma diferenciada, adicionando características únicas a sua comunicação, como já fizemos nos exemplos do nosso portfólio.
Lionel Freitas é formado em Publicidade e Propaganda e em Desenho Acadêmico e Ilustração Básica na Escola de Artes Fábrica de Quadrinhos em São Paulo e diretor de Criação da agência Gênia.
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