Empresas de eventos, turismo e de publicidade

Por João Firme de Oliveira* Um dos segmentos de prestação de serviços que mais cresce é o de eventos, empresas que organizam os fóruns, …

Por João Firme de Oliveira*
Um dos segmentos de prestação de serviços que mais cresce é o de eventos, empresas que organizam os fóruns, seminários, oficinas, conferências, convenções e festivais. A maioria de associações e sindicatos e federações têm nos seus fins a promoção de eventos. Mas, eles não têm uma legislação própria e se auto-definem como prestadores de serviços na realização ou na coordenação de atividades culturais e recreativas.
Com o aumento desordenado, estes prestadores estão entrando em outras áreas, como a do turismo, na comercialização de passagens e hospedagens em hotéis, e também na publicidade, incluindo nas propostas de prospecção a negociação da mídia sem a interveniência da agência de publicidade. Ora, isto não é profissional. O certo seria entregar para cada um, como serviços de terceiros, o que lhes pertence na forma da lei.
Anunciantes e entidades promovem eventos e entregam para as agências de publicidade a elaboração do planejamento de eventos. Estas buscam no mercado os serviços de coordenação de empresas e eventos, de turismo para hotéis e transportes aéreos e terrestres e de imprensa (assessoria).
Os multiserviços das organizações de eventos nos segmentos da publicidade, turismo e imprensa prejudicam a mídia com a diminuição dos investimentos, e, conseqüentemente, o mercado de trabalho para os comunicadores, publicitários, jornalistas e relações públicas.
Na década de 70, as agências de publicidade, amparadas pela Lei 4.60/65 e Decreto 57.690/66, começaram a participar de licitações públicas, desativando a prestação de serviços dos agenciadores, geralmente comunicadores. Foi uma parada difícil mas equacionada pelo bom senso, ainda mais que a legislação do exercício da profissão de publicitário contempla o jornalista como redator da agência. gozando os direitos da sua categoria.
Lamentavelmente, empreendedores de eventos estão ocupando indevidamente o papel da agência oferecendo criação da programação visual, folheteria, mídia, serviços, relações públicas e imprensa.
Existem formas para a harmonização com a constituição de firmas diferentes e registradas na categoria, por exemplo: publicidade no Sindicato, imprensa com o profissional responsável registrado no Sindicato dos Jornalistas, relações públicas, no Conselho, e agência de viagem, no Sindicato e na Embratur.
O Sindicato das Agências de Propaganda do RS está envidando esforços para dialogar com as entidades representativas de empresas de eventos a fim de alertá-las da inconveniência de pretenderem atuar também na distribuição ou agenciamento da publicidade.
O sol nasceu para todos os profissionais.
* João Firme de Oliveira é secretário-geral da Associação Latino-Americana de Agências de Publicidade (Alap) e presidente do Sindicato das Agências de Propaganda do RS.
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