Etiqueta na Internéti

Por Mário Rocha Quando recebo uma mensagem dirigida exatamente para mim, não descanso enquanto não respondo. Penso: se alguém se deu ao trabalho de …

Por Mário Rocha
Quando recebo uma mensagem dirigida exatamente para mim, não descanso enquanto não respondo. Penso: se alguém se deu ao trabalho de me escrever é porque espera retorno. Isto vale para manifestações de amizade, sugestões, críticas, pedidos, o escambau. Faço daquela tentativa de contato um processo completo de comunicação, com ida e volta. Não considero adequado deixar a pessoa esperando várias horas ou até dias. 
Procuro responder logo que me deparo com o imeil (escrevo assim). É que não sou daquelas pessoas conectadas o tempo todo. Acho estes aparelhinhos que ficam zunindo a toda hora, onde quer que a gente esteja, a versão do Século XXI das ferramentas e máquinas de tortura da Inquisição. Além de telefone, agora deram para receber arquivos, permitindo daunloudes (escrevo assim), e para navegar na internéti da vida. Oi, é claro, também mostram pra gente (e para outros) onde a gente está. Eu, que sempre sei onde estou e nunca gostei que me monitorassem os passos, tenho verdadeiro horror destes tais de aplicativos. 
A minha cortesia desaparece quando recebo mensagens enviadas para um grupo, eu nele. Mesmo que os endereços não estejam visíveis, logo identifico pelo texto que se trata do imeil-metralhadora, aquele que é disparado em leque e só depois o atirador vai checar quem foi atingido e caiu. Sou mais do bom e velho imeil-mosquetão. 
Imeil-mosquetão? Sim, alude àquela arma dos tempos do famoso romance de James Fenimore Cooper, "O último dos moicanos", que aborda a guerra de 1756 a 1763 entre franceses e ingleses pelo controle do território da América do Norte. E foi em um quatro de julho, como hoje, ontem ou alguns dias atrás, mas em 1776, que aconteceu a declaração da independência dos Estados Unidos da América. O livro virou filme do diretor Michael Mann (1992), com Daniel Day-Lewis, Madeleine Stowe, Russel Means e Eric Schweig nos papéis principais. 
O mosquetão, espécie de fuzil, tinha de ser carregado pela boca. Ali ia a pólvora, que devia ser bem socada com uma longa vara, e a única bala.Depois, era mirar e dar um tiro certeiro. Era difícil ter uma segunda chance. O inimigo já estava em cima do atirador. O imeil-mosquetão é assim mesmo. Você quer, mas quer mesmo, que o destinatário lhe responda. 
Vamos resumir o propósito deste texto. Acho que é falta de educação deixar os outros esperando por resposta ao imeil enviado. Pior é não responder

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