Hackeando o Hacktown

Por Roberto Schmidt

Quando mandei minha proposta de palestra não imaginava o que estava por vir. O Hacktown foi uma experiência muito maior e mais intensa que eu imaginava que fosse. É impressionante o quanto esse festival de inovação e criatividade é transformador. Juntar 200 palestrantes, com um público de mais de 3 mil pessoas em uma cidade de 40 mil habitantes foi uma das ideias mais disruptivas, em termos de festivais, que poderia acontecer.

Imagina que essa galera toda tem backgrounds diversos, experiências diversas e culturas mais heterogêneas ainda. Tinha gente de Engenharia, de Telecomunicações, de Economia, de Sustentabilidade, do rock'n'roll e, é claro, de Comunicação. Todo mundo junto, trocando ideias o tempo todo. Refeições na praça da Igreja, cerveja nos foods turcos e algumas festas programadas, outras acontecendo de forma espontânea.

Ouvi de um palestrante: "O objetivo aqui é instalar software novo em hardware antigo". E de outro: "Aqui é o melhor lugar que nosso corpo poderia levar nosso cérebro pra passear".

Eu fiz uma trilha por palestras que passaram por inteligência artificial, por blockchain, métodos ágeis, experiência, design thinking e, também, comunicação. Meus pontos altos foram a palestra do Igor Saraiva, 'O impacto das novas tecnologias no futuro do trabalho'; do Rodrigo Giaffredo, 'Inovação possível: bom pra quem?'; e do Eduardo Rigotto, 'Value Based Pricing'. Em comum entre elas: o momento atual que estamos no nossa relação com o trabalho, como podemos mudar a nossa realidade e o que nos espera o futuro próximo. E todos apontando possibilidades reais e factíveis para alguns dos dilemas da nossa profissão. Como trabalhar de forma mais eficaz? Como ser mais feliz com o que fazemos? Como ser relevante? Como cobrar por isso? Por sinal, essa é uma grande discussão: como valorar as ideias? Essa já é a bandeira do Clube de Criação, mas acho que essa bandeira deveria ser de todo o mercado, não é?

Os gaúchos foram muito bem lá em Minas. Assisti a Lu Bazanela e o Cesar Paz. Cada um com uma palestra mais legal que o outro. A da Lu terminou em cantoria. A do Cesar botou a galera pra refletir. Queria ter assistido ao Sergio Barros, me falaram super bem. E também queria ter assistido ao Cristiano Fragoso, que também ecoou que foi bem legal.

Eu adorei palestrar lá, sala cheia de gente participava e o tempo voou. Queria ter mais tempo pra trocar ideias com a galera. Vale aqui o agradecimento público ao Vieira e ao Fuscaldo que me deram um tremendo incentivo para eu ir pro Hacktown.

Ano que vem eu volto com certeza e já estou começando a montar uma caravana. Vamos juntos?

Por Roberto Schmidt é publicitário e head de Criação da agência Moove.

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