Interação Homem-Máquina e o futuro das relações

Por Karina Israel < [email protected]> Nossa relação com o tempo e o espaço mudou. A cada minuto, milhares de pessoas enviam e-mail, usam telefones …

Por Karina Israel < [email protected]>
Nossa relação com o tempo e o espaço mudou. A cada minuto, milhares de pessoas enviam e-mail, usam telefones celulares, tuitam, ouvem musicas em iPods, fotografam em iPads. Tocam, jogam, experimentam. Somos digitais. Este novo comportamento traz consigo profundas transformações na forma como nos relacionamos com o entorno e com as experiências ali vivenciadas.
Interagimos uns com os outros com dados a partir de máquinas.  Mais que isso. Interagimos com as máquinas. É a tal Human Machine Interaction, ou interação homem-máquina, termo cunhado nos anos 1980 e que não é novidade para ninguém. Com a inserção da computação ubíqua, no entanto, essa interação ganhou proporções muito interessantes, já que seu objetivo é deixá-la invisível. O que a ubiquous computing faz é integrar a informática às ações e comportamentos naturais das pessoas. Não invisível como se não pudesse ver, mas sim de uma forma que as pessoas nem percebam que estão dando comandos a um computador, mas como se tivessem conversando com alguém.  E isso cria experiências, no mínimo, interessantes.
Tais experiências podem e devem ser muito exploradas pelas marcas. Em tempos em que produtos viraram praticamente commodities, uma ação bem sucedida é o que garante visibilidade e, como consequência, lucro. O Marketing Experiencial é o que tem separado o joio do trigo. A experiência do público-alvo com relação a uma empresa/ produto, por meio de sensações, afeto, e ações cognitivas e relacionais é o que faz diferença nos dias de hoje. As sensações positivas deixam marcas profundas em nossas mentes, que podem ser ativadas a qualquer momento. E é por meio da interação que podemos ter a melhor amostra do conceito explorado nesse artigo.
Um exemplo bem sucedido de interação foi a ação " Hands from Above", encomendado pelo Conselho Municipal de Liverpool. Um enorme painel instalado em uma praça da cidade mostrava em tempo real o ambiente. Então, uma grande mão aparecia no vídeo e interagia com as pessoas que passavam por ali. A mão as "cutucava", fazia "cócegas" e por fim simulava uma "abdução", "tirando-a" da praça, lançando-a para algum lugar desconhecido. Foi um sucesso! As reações e interações foram cômicas.  
Mas o que fez essa experiência eficaz e possibilitou o feedback positivo é uma fórmula que vale para qualquer ação desse tipo  - seja em experiência sensoriais, marketing ou simplesmente a fusão de todos esses termos.  A interação homem-máquina deve ser pautada em alguns pilares. A começar pela confiança.  As pessoas percebem se um produto é confiável em segundos de interação com ele. Para interagirmos, precisamos ter certeza de que a ação não vai nos colocar em risco nem nos expor ao ridículo, além da certeza de que sabemos como usá-la/experimentá-la.
Outro item importante é a adequação. As soluções nessa área devem ser adequadas à cultura e ao contexto onde serão colocados. Mas de nada a adequação vale se a proposta não for surpreendente. Os produtos ou serviços devem ser mais espertos do que somos.  E isso é provado quando temos, da máquina, um feedback. É irritante não termos resposta. É preciso garantir resposta imediata a quem está experimentando. Não pode travar. E a interação deve ser feita de forma lúdica e prazerosa.
Um outro exemplo de ação nessa área foi a estreia  do filme " Last Call". Ao entrarem no cinema, as pessoas eram orientadas a não desligarem seus celulares. Mais que isso, davam seu número de telefone na entrada. Durante o filme, uma grande perseguição em uma casa se inicia. A mocinha está sendo acuada por um vilão. Ela encontra um celular e disca um número. O telefone de alguém da plateia toca no mesmo tempo. E esse expectador passa a dar comandos sobre por onde ela tem que ir para fugir do assassino. A experiência não poderia ser mais interessante. A plateia toda entrou em comoção.
Como podemos perceber, a atualidade permite mais das relações. Mudamos nossos conceitos em razão de uma tecnologia que cada vez mais nos aproxima da ficção científica. O gap entre o que fazemos no computador e o que fazemos na realidade está se estreitando. O comportamento humano pede novas respostas. De que forma podemos suprir essa nova necessidade?
Alguns exemplos de interação:
Hands from Above
http:// www.youtube.com/watch?v=HBMdxNbu6IA )
Last Call
http:// www.youtube.com/watch?v=BRMNfwndtok
Prateleira Interativa J&B - YDreams
http:// www.youtube.com/watch?v=PAE3njHe6Q&feature=share&list=UUUec2zs4HviXDCvO7t5fz2Q

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