Jornalões colocam a arrogância na vitrine

Por P. C. de Lester * A crise da imprensa é tão grande que aparece nos mínimos detalhes. Aí está o Prêmio Esso 2004 …

Por P. C. de Lester *
A crise da imprensa é tão grande que aparece nos mínimos detalhes. Aí está o Prêmio Esso 2004 que não me deixa mentir.
O que aconteceu? Pela primeira vez dois dos três prêmios mais importantes do Esso foram dados a profissionais de fora do circuito Elisabeth Arden da imprensa: Renan Antunes de Oliveira, do JÁ, ganhou o prêmio nacional de reportagem, e a equipe do SBT de Porto Alegre ganhou o primeiro lugar em telejornalismo.
Dois feitos dois trabalhos que nenhum profissional respeitado questionou.
Os barões da imprensa rangeram os dentes. Estranharam os critérios, colocaram sob suspeita o prêmio, que completa 50 anos em 2005.Um deles chegou a declarar que não sabia se sentia "ódio ou nojo". Mas até aí, tudo bem. Choro de perdedor faz parte.
Pior e absurdo foi decidirem ignorar o Prêmio Esso, provavelmente numa tentativa de punir a Esso por ter formado um júri independente que ousou deixar ver vida inteligente fora deles. Aqueles que ainda têm um resquício de compromisso com os fatos deram pequenos registros. Outros, que só têm compromisso consigo mesmo, olimpicamente ignoraram.
Para os leitores de jornal em Porto Alegre, por exemplo, o prêmio este ano não aconteceu. Em outros anos, quando ganharam, foi chuva e trovoada. O Esso era o prêmio mais importante do mundo. Agora, que não ganharam, o Esso não existe. E o leitor, o que acharia disso? Bem, o leitor não conta. O leitor também é uma invenção deles e sem eles não existe.
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Finalmente: saiu o livro do PC de Lester: "A imprensa como ela é", não como ela diz que é. Pedir para [email protected] ou 3330 7272.
* O artigo foi publicado originalmente no Jornal JÁ, edição de dezembro de 2004.
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