Por Wilson Müller*
Dois fatores são essenciais hoje em dia numa sociedade moderna para o fortalecimento da economia. De um lado, a política de exportação de produtos de qualidade. De outro, a atração de turistas para dentro de suas fronteiras, através de uma inteligente e dinâmica política centrada no turismo. No que diz respeito a esse detalhe, a Câmara Riograndense de Turismo vem fazendo sua parte desde sua fundação, em 1989. Nem poderia ser diferente. Afinal, foi justamente para coordenar e desenvolver as ações do trade nas questões do macroturismo gaúcho que a entidade foi criada por sete organizações representativas de todos os setores da atividade turística e que são as seguintes: Associação Brasileira dos Jornalistas de Turismo (Abrajet), Associação Brasileira das Agências de Viagens do RS (Abav-RS), Associação Brasileira das Indústrias de Hotéis do RS (ABIH-RS), Sindicato das Empresas de Turismo do RS (Sindetur-RS), Associação Brasileira de Restaurantes e Empresas de Entretenimento e Lazer do RS (Abrasel-RS), Associação das Transportadoras Turísticas do RS (ATURS) e Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de Porto Alegre (SRBS POA).
Tem gente que gosta do Litoral, outros preferem o campo, outras ainda se sentem melhor em contato com a natureza agreste, em que se destaca a prática do ecoturismo. Constatada essa tendência, inclusive através de viagens de emissários a outros países para conhecer de perto estratégias de ação bem-sucedidas que pudessem ser aplicadas no Estado, levando em conta suas peculiaridades, a Câmara atuou no sentido de influenciar Executivo e Legislativo gaúchos para a redefinição política do turismo em nosso Estado. A entidade também tratou de realizar pela primeira vez missões comerciais pelo Brasil e países vizinhos a fim de promover o RS, fazendo dele um roteiro quase obrigatório para quem busca o lazer diferenciado. Como reforço, promoveu a vinda de empresários e jornalistas ao Rio Grande do Sul para conhecer e divulgar os atrativos da região, concentrados nas rotas turísticas diferenciadas, conhecidas como Romântica, da Serra, da Uva e do Vinho e Missões, entre outras.
Turismo também se promove com a realização de feiras, congressos, seminários e outros eventos do gênero. Pois bem, boa parte desses encontros realizados em Porto Alegre desde 1997 resultaram de ações tomadas pelo Convention & Visitors Bureau, criado pela Câmara naquele ano exatamente para atrair tais eventos para a Capital, missão para aqual conta com o importante apoio das federações gaúchas da Indústria, do Comércio e da Agricultura. A relevância da Câmara de Turismo do RS também pode ser medida pelo detalhe de ser a única entidade gaúcha ligada à Organização Mundial do Turismo (OMT), da qual participam 130 países. Seu ingresso na OMT ocorreu em 1997 e, devido a suas ativas participações, dois anos depois conquistava uma das vice-presidências do Conselho Empresarial da OMT. Contribui igualmente para o êxito das ações da Câmara parcerias comerciais e institucionais firmadas com a Embratur, Secretaria Estadual de Turismo do RS, Sebrae-RS, Senac, Federasul e empresas aéreas Varig, TAM e Vasp.
Com as estratégias de ação desenvolvidas pela Câmara de Turismo do RS fortaleceu-se a imagem do Estado em outras regiões tanto do país como do exterior. Ao mesmo tempo, a palavra turismo, antes um conceito sem maior significado em algumas localidades, passou a ganhar novo sentido, passando a fazer parte de projetos com o objetivo de aumentar a arrecadação pelo setor público e o faturamento pelo setor privado. Também ganhou novo significado na mentalidade da própria população, que passou a acreditar, corretamente, que turismo é de fato um tipo de indústria capaz de produzir riquezas, gerar empregos e melhor qualidade de vida para a comunidade. Nesse detalhe, o melhor exemplo talvez esteja nos municípios gaúchos abrangidos pelas rotas turísticas.
* Wilson Múller é jornalista e preside a Câmara de Turismo do RS.
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