Marketing político ganha força online

Por Janaína Rolim Díaz Foi-se o tempo em que agitar bandeiras nas esquinas, distribuir santinhos nas sinaleiras, dar beijo em idosos e carregar criancinhas …

Por Janaína Rolim Díaz

Foi-se o tempo em que agitar bandeiras nas esquinas, distribuir santinhos nas sinaleiras, dar beijo em idosos e carregar criancinhas no colo ganhava eleição. Como muitos outros setores, a política também está mergulhando seriamente no mundo virtual. Em países onde há um grande número de internautas e o voto não é obrigatório, a Web pode ser uma forte arma para decidir eleições.


Com o desenvolvimento e profissionalismo da internet, os usuários  passaram a ter informações confiáveis que tornam a Web um meio de pesquisa bastante eficiente. Precisa do telefone da pizzaria? Vai para internet. Quer uma receita nova? Vai para internet. Procurando carro à venda? Vai para internet. Um presidente? Vai para internet. É, pelo menos nos Estados Unidos, a Web está sendo de grande utilidade também nas buscas de candidato à presidência. Eleitores podem conhecer mais detalhadamente as propostas, compará-las, acompanhar o que os candidatos disseram e até mesmo resgatar opiniões anteriores dos mesmos.


Nas eleições presidenciais norte-americanas de 2004, a Web demonstrou enorme poder de influência tendo os blogs como principais canais de discussões, informações e denúncias. Agora, nas campanhas para as eleições de 2008, os candidatos não se utilizam somente desta ferramenta online como também de muitas outras para conquistar o eleitor e contar com a sua ajuda para alavancar a propaganda política.


Websites, vídeos, podcasts, RSS Feed, email marketing, mensagem de textos (via e-mail, telefone celular, blackberry e outros), vendas online, programa de afiliados, sites sociais, entre outras técnicas do marketing online da Web 2.0 estão sendo utilizadas nas campanhas políticas norte-americanas.


PROPAGANDA ONLINE


A propaganda através dos banners online aparece nos websites americanos de notícias e também está estampada nas páginas de usuários de redes sociais da Web. Umas das maiores redes dos Estados Unidos, MySpace.com, tem um canal dedicado para os candidatos das eleições de 2008. No Impact, os eleitores têm acesso à página do MySpace de cada candidato. Lá encontram, além do perfil e propostas, banners que podem ser arrastados pelos simpatizantes para sua própria página do MySpace.


As redes sociais também são ótimas aliadas dos candidatos para ganhar popularidade. Na semana passada, Hillary Clinton pediu a ajuda dos usuários do YouTube para escolher a música de sua campanha. O democrata John Edwards busca popularidade incluindo seu perfil na maioria das redes sociais americanas . Ele tem "profile" no 43things.com, Bebo.com, Blip.tv, Del.icio.us, Facebook, Flickr, Gather.com, Hi5, MySpace.com, PartyBuilder.com, Yahoo360, YouTube, entre outros.


ARRECADAÇÃO DE FUNDOS


Mas é a arrecadação de fundos para as campanhas políticas que tem sido o ponto mais forte da internet. John Kerry declarou que durante a campanha para eleições de 2004 ele recebeu US$ 80 milhões através do website JohnKerry.com. Hillary Clinton no final de fevereiro deste ano arrecadou em apenas uma semana US$ 1 milhão em campanha online. Internautas são convidados a criarem conta no website dos candidatos para poderem retornar e depositar doações à campanha constantemente.


Também arrecadam através de venda de produtos online. A loja virtual de John Edwards, por exemplo, vende camisetas , botons, mochilas, adesivos, bonés, entre outros itens. Tanto para compra de produtos quanto para contribuição de dinheiro eles aceitam Visa, Credicard, Discover e American Express.


Do montante arrecadado, PQ Media prevê que US$ 40 milhões sejam gastos em campanhas políticas online nas eleições de 2008, ultrapassando os US$ 29 milhões de 2004 da publicidade na Web, porém ficando ainda abaixo dos US$ 2 bilhões a serem gastos nestas eleições em anúncio de TV somente.

Comentários