Por João Cesar Padilha Fº

Terminou na quinta-feira (27/04) a convenção anual da NAB (National Association of Broadcasters), maior evento mundial de tecnologia para o mercado de produção audiovisual e radiodifusão. Este ano, a feira atraiu aproximadamente 110 mil visitantes ao Centro de Convenções de Las Vegas, onde 1.400 expositores mostravam os últimos lançamentos de áudio, vídeo, animação, computação gráfica, transmissão via satélite, etc.

Muita informação de uma só vez, o que torna impossível ver tudo em apenas quatro dias. Mas o que chamou a atenção foi a grande preocupação dos executivos sobre o sentido da radiodifusão em si, que está mudando de forma rápida e radical. Apesar de a TV aberta ser um veículo de massa gratuito, aparentemente imbatível, qualquer um que use o iTunes sabe que não é mais preciso uma rede de rádio ou TV para distribuir o seu conteúdo. Isto significa novos players no negócio e uma nova geração consumidora, com hábitos totalmente diferentes daqueles que existem hoje.

Gigantes das telecomunicações como Nokia, Verizon, Qualcomm e outros, marcaram presença na feira em uma zona especialmente reservada para novos produtos e serviços tais como games, IPTV (Internet Protocol TV), TV Interativa e novas mídias.

Seus olhos estão voltados para os novos consumidores com hábitos multifuncionais, que deixam a TV ligada no seriado Lost, conversam sobre o episódio com cinco amigos online pelo Messenger (com câmera e som), baixam músicas pelo LimeWire, fazem sua playlist para o iPod, recebem fotos pelo Outlook e cuidam o seu celular a cada instante esperando uma chamada. Tudo isso simultaneamente! Esta cena parece familiar para vocês?

Pois é, lembram daquele jeitão passivo e contemplativo de assistir TV, deitado no sofá? Para esta turma, já era. A sala de TV agora é virtual. De locais diferentes, eles assistem TV, se comunicam e interagem com sites de conteúdo.

Até o HDTV (High Definition Television) deixou de ser novidade porque todas as câmeras, DVD Players e displays, lançados na feira, possuem este formato. O fato gerou a brincadeira de que o HDTV já virou standard da indústria, ou seja, já é SD (Standard Definition). Novidade, sim, foi a Ultra High Definition Television (UHDTV), apresentada pela primeira vez na América, pela NHK japonesa. Formato 16X9 com 4 mil linhas horizontais (aproximadamente 8K de resolução) e 22 canais de áudio!

Equipamentos que utilizam fitas estão cada vez menos presentes nos stands. Discos rígidos, DVD e Blue Ray estão ditando as regras para mídias de alta armazenagem de dados. O HD DVD pode armazenar até 90GB em sua superfície double-sided, triple layer.

A Internet tornou-se o meio de transmissão mais barato para quem quer enviar imagens de um ponto a outro, de qualquer lugar do mundo. As restrições de qualidade de imagem estão cada vez menores e, em muito breve, teremos HDTV pela rede. Querem assistir TV na Internet? Dêem uma olhada no site  www.casablancatv.com.br .     

Com tanta coisa acontecendo neste mercado, é normal a preocupação de quem dirige um negócio tão ultrapassado como a TV analógica. Porém, é nesse momento que os criativos têm que enxergar as oportunidades de buscar dinheiro novo através dos serviços que serão agregados à TV convencional.

Segundo Stacy Perrus, diretor de comunicação e marketing da NAB, o desafio do evento, daqui para a frente, estará em juntar estas diferentes gerações e tecnologias a fim de perpetuar o negócio de televisão. "Temos que estar atualizados com o que está acontecendo em outras áreas para atrair esta nova geração para os nossos produtos", disse ele.

O cenário acima já existe e em menos de dez anos a TV mudará completamente no mundo. Preparem-se.