O desafio dos negócios na nova Internet

Por Diego Monteiro Toda empresa, atualmente, tem a Internet dentro de seus planos, seja uma companhia de mídia, varejo, da área de serviços ou …

Por Diego Monteiro

Toda empresa, atualmente, tem a Internet dentro de seus planos, seja uma companhia de mídia, varejo, da área de serviços ou indústria. Porém, a grande questão é como ter lucro com a operação online da empresa.


Gigantes da mídia, mesmo com todo seu poder de divulgação, têm grande dificuldade de conseguir receita ao migrar gradualmente para Internet, acompanhando assim as audiências futuras. Isso porque a Internet não é uma nova mídia, como a televisão foi em relação ao rádio. Ela é uma mídia disruptiva, que opera em uma nova lógica e um novo modelo no qual estamos todos aprendendo. Por isso, o Joost é uma grande lição para nós.


O Joost (www.joost.com), TV on demand na web, como todos os serviços disponíveis na nova Internet, baseia-se na interatividade e na colaboração dos usuários. Trata-se de uma iniciativa que segue o princípio de que é o internauta quem decide quando e o que vai assistir.


Com parcerias com produtoras de vídeo independentes e grandes canais de TV como MTV, National Geographic e Warner, o Joost, que está experimentando as possibilidades do serviço nessa fase, tem comunicado sua intenção de tornar os comerciais não-obrigatórios. Esse é o caminho natural da Internet, ainda mais em tempos da web 2.0. Logo quando surgiu, o site exibia comerciais obrigatórios, assim como no modelo de TV tradicional. Era o formato de comercial de televisão, só que na Internet.


Financeiramente, tudo parecia caminhar bem no modelo de publicidade adotado pelo Joost até então. O número de usuários crescia e os anunciantes estavam satisfeitos. Por que mudar então? Simples, porque o internauta começou a manifestar sua rejeição ao tal modelo de comerciais obrigatórios. O usuário deixou claro que não queria ser interrompido por propagandas enquanto assistia a determinado conteúdo.


Felizmente, o Joost parece estar entendendo que na web 2.0 não adianta copiar modelos tradicionais. A idéia agora é, no lugar dos comerciais obrigatórios, disponibilizar vídeos dos anunciantes que o internauta só assiste quando e se quiser. Do contrário, não há mais interrupções.


A sinalização de mudança vem sendo, sem dúvida nenhuma, bastante positiva, sobretudo se considerarmos o investimento de US$ 45 milhões recebidos pelo Joost recentemente.


O que essa lição nos mostra? Que na web 2.0, mais do que nunca, é o usuário (leia-se cliente) quem está no centro. Ou seja, um modelo de negócios na nova Internet, por mais que pareça atrativo lucrativamente à primeira vista, não pode ser contra o usuário. Nada de janelas saltando na tela ou coisa parecida.


Essa regra sempre esteve embutida na Internet, mas talvez só agora, na web 2.0, tenha virado uma regra fundamental. O Google é o maior exemplo em que o modelo de negócios não é contra o internauta, mas a favor, mostrando que, para ser bem sucedido, um negócio na Internet tem que oferecer:


- um serviço inovador que todos queiram usar


- um serviço gratuito (normalmente não se paga por fazer uma busca ou acessar um conteúdo de portal)


- um modelo de negócios que não seja uma penalidade ao seu usuário.


Como se vê, para o usuário só há vantagens. Nada de pagar no final, como no supermercado ou numa loja de roupas (a parte chata que fora da Internet todos topam).


E, quando se empreende na Internet, entende-se perfeitamente a frase da Anita Rodick (fundadora do site Body Shop - www.thebodyshop.com), que diz que "A diferença entre um empreendedor e um louco é que o primeiro tem seguidores". É isso aí, empreender na nova web envolve uma boa dose de loucura.

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