Por Fernando Adas
São indiscutíveis os benefícios da tecnologia, mas se pararmos para refletir perceberemos que as pessoas estão tornando-se experts em relações virtuais e cada vez mais distantes da construção de boas relações interpessoais reais.
Qualquer máquina, por mais moderna que seja, só funciona se alguém apertar o botão, prova disso é a ocasião do acidente aéreo na França. Por isso, é lamentável que avancemos cada vez mais na tecnologia e menos nas atitudes e valores.
O mercado vive um "boom" tecnológico e a comunicação não foge desta influência. Casais em restaurantes conversam pelo Whatsapp, amigos virtuais se curtem pelo Facebook e o escurinho do cinema foi trocado pelo filme pausado.
No marketing essa dinâmica também é percebida constantemente. Por exemplo: o consumidor entra em uma loja linda, perfumada, com uma vitrine chamativa. Alguém o aborda com um sorriso? Não!
Qual o resultado? Ponto para a tecnologia.
Outra situação comum, você se diverte com um comercial que te convida a visitar o site e ligar na central de atendimento para mais informações. O telefone chama, chama, chama até que você desiste. Mais um ponto para a tecnologia.
Na década de 50, Jerome McCarthy, autor norte-americano e professor da Universidade Estadual do Michigan criou um conceito que permeia grande parte das estratégias de marketing em todo o mundo, o Composto de Marketing. Este conceito classifica quatro conceitos básicos para o planejamento de uma empresa que são popularmente conhecidos como: os 4P"s do marketing, sendo eles Preço, Produto, Praça e Promoção.
Pessoas são o grande diferencial das marcas. São elas que vão entender o cliente, abordá-lo de maneira adequada, contornar objeções e conquistá-lo. Por isso, ao pensar nos 4 P"s do marketing da sua empresa não se esqueça de empacotá-los no P de "pessoas". É a sua equipe que vai falar do seu produto, negociar o preço, prestar atendimento no ponto de venda e reforçar a propaganda.
A tecnologia pode ajudar a atrair o seu consumidor, mas cabe à sua equipe conquistá-lo. Como diria Gilberto Gil, "o cérebro eletrônico faz tudo, faz quase tudo, mas ele é mudo", ou seja, faça com que o P de pessoas seja o diferencial do seu negócio.
Fernando Adas é publicitário, especialista em varejo e fundador da Fine Marketing, boutique de comunicação dirigida com 10 anos de atuação no mercado nacional 
[email protected]