Por João Felipe Ramos
Qualquer comunicólogo saberia dizer o que é feedback, agenda setting, informações diagonais, dentre outros diversos conceitos e jargões do meio. Porém, quando se trata de definir "Opinião Pública", as respostas se mostram difusas, inconsistentes, e até mesmo ambíguas.
Na tentativa de definir esta expressão, autores afirmam ser qualquer coleção de opiniões individuais, independentemente do grau de concordância ou uniformidade, ou então os desejos e idéias relativos à legislação que o povo ou, mais precisamente, a maioria de seus cidadãos, expressa num determinado momento, tomando parte efetiva na "vida pública". Artur da Távola, de forma ousada, ainda arriscou-se em dizer que "?a opinião pública não existe, pois o que existe é a opinião da mídia que se lê ou sintoniza".
Neste emaranhado de definições você ainda deve estar se perguntando: aquela multidão de pessoas ateando fogo em pneus na BR 116, ou o barulho ensurdecedor de panelaços em plena Borges de Medeiros, é opinião pública? Não. Isto não é opinião pública nem a verdadeira vox populi. São apenas manifestações de opiniões de pequenos grupos segmentados da sociedade.
Então, o que é opinião Pública?
Roberto de Castro Neves afirma haver duas espécies de opinião pública: a grande e a pequena opinião. A primeira engloba todos os públicos de uma sociedade, tais como o eleitorado de uma cidade ou população de um Estado. É, em sua essência, desorganizada heterogênea e constituída por uma infinidade de grupos. A segunda é formada apenas pelos públicos com os quais a empresa se relaciona, ou seja, é dentre suas características, composta por públicos claramente definidos e com interesses conhecidos e determinados.
Diante das diferenças apresentadas, cabe à comunicação conhecer e interpretar os desejos, necessidades e inquietações deste movimento, pois com o mínimo descuido uma empresa pode arruinar-se através do poder da voz do povo.
* João Felipe Ramos é diretor Comercial da PUBLIC - Pesquisa de opinião e mercado
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