Os rankings e o Brasil

Por Vilson Antonio Romero* A todo o momento pipocam na mídia classificações do Brasil em rankings elaborados pelas mais diversas organizações – governamentais ou …

Por Vilson Antonio Romero*
A todo o momento pipocam na mídia classificações do Brasil em rankings elaborados pelas mais diversas organizações - governamentais ou não -, que servem de pauta para repercussão na imprensa ou indicadores na implementação de, principalmente, políticas econômicas e sociais.
Há poucos dias, por exemplo, a revista britânica The Economist divulgou o ranking de qualidade de vida no planeta, elaborado a partir de variáveis como renda per capita, desemprego, saúde, segurança, entre outros. O Brasil situa-se em 39° lugar, entre os 111 países pesquisados, em cuja dianteira estão, pela ordem, Irlanda, Suíça e Noruega.
Coincidentemente, o país também está em 39° lugar no ranking de segurança econômica, elaborado pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), que avalia 90 nações considerando sete critérios relacionados ao trabalho e emprego. Os países escandinavos - Suécia, Finlândia, Noruega e Dinamarca - lideram a lista.
Numa rápida pesquisa nos meios de comunicação, incluindo a rede mundial de computadores (Internet), vemos os mais variados enquadramentos do Brasil.
Em percepção da corrupção, a ONG Transparência Internacional, que analisa 146 países, coloca o Brasil na 59ª posição. A situação é tão grave que estamos atrás de nações como Costa Rica, Tunísia, Botsuana, África do Sul e Namíbia, entre outros de menor expressão, bem como do Chile e Uruguai, na América do Sul.
O Brasil é o 109º colocado no ranking mundial de exclusão social, medido pelo IES (Índice de Exclusão Social). Essa posição coloca o país num patamar pior do que o medido pelo IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) da ONU (Organizações das Nações Unidas). Ao mesmo tempo, nossa pátria amada ocupa a 167ª posição no ranking de desigualdade, está em 161º lugar no de homicídios e em 99º colocação em desemprego, apesar de ser a 15ª economia do mundo.O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) divulgado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), que mede a qualidade de vida em 177 países, com base nos dados de 2002 e considerando variáveis oficiais de educação (taxa de matrícula bruta e analfabetismo), renda per capita e expectativa de vida, aponta a Noruega como o país detentor da melhor posição dentre todas as nações, com um IDH de 0,956, estando o Brasil na 65ª posição.
Entre 127 países, a Unesco situa a situação da educação nacional em 72° lugar e, segundo a ONG Repórteres sem Fronteira, estamos na 66ª posição no ranking de liberdade de imprensa, a partir de questionários respondidos por especialistas que analisaram 167 nações.
Nesta enxurrada de classificações, que devem ser olhadas com muito cuidado pelos diversos setores envolvidos, nosso país está na liderança no ranking da taxa de juros reais aplicados ao mercado, ao lado da Turquia. Ocupamos também o primeiro lugar na lista de espécies animais em extinção, juntamente como Austrália e México.
Como vêem, há listagens para todos os gostos. Mas não podemos, por curiosidade, esquecer que, segundo o Guinness Book, o Brasil é o maior produtor mundial de laranjas, mamão, cana-de-açúcar, mandioca, palmito e maracujá, entre outros produtos agrícolas. Bem como não olvidaremos jamais que, no ranking da Fifa, a seleção nacional de futebol também ponteia? Ufa, pelo menos nisto!!!
* Vilson Antonio Romero é jornalista, administrador público, auditor fiscal da Secretaria da Receita Previdenciária, conselheiro da Associação Riograndense de Imprensa e consultor técnico da Fundação Anfip de Estudos da Seguridade Social.
[email protected]

Comentários