Os três brasileiros top da Publicidade

Por João Firme

Se recordar é viver, tenho na minha história da Publicidade personalidades públicas que estão na agenda dos jornalistas, sem necessidade de releases.

Tive uma experiência no trabalho de conclusão de um curso na Voice of América em Washington, em 1965, quando fui entrevistado pelo diretor da área brasileira, Emilio Braier, de Cachoeira do Sul. Tive que responder, como formando de publicidade da Famecos, porque liderei como estudante a realização da Exposição dos Financiados da Aliança para o Progresso (EFAP) em Porto Alegre, de 17 a 20 de dezembro daquele ano.

"Cite três obras no RS de Leonel Brizola e duas personalidades brasileiras que você mais admira?", disse ele.

Respondi: Brizola: Plano de Escolarização. Por quê? A criança pobre entra de barriga vazia e volta à noite aprendendo mais, jantada e louca para dormir para voltar no dia seguinte; Refinaria Alberto Pasqualini, grande conquista que aumentou o número de empregos e impostos sociais e, como terceiro, a Estrada da Produção, que liga o Rio Grande de Norte ao Sul, por sinal financiado o asfaltamento pela Aliança, em 1963. Sobre as personalidades, Pelé, que o mundo todo conhece; Roberto Marinho, por defender a liberdade de imprensa e seu jornal O Globo do RJ, que  tem a única coluna de Propaganda que leio todos os domingos em Porto Alegre. Terceiro: estou comemorando há 48 horas a eleição de Ieda Maria Vargas, Miss Universo, que é do Cantegril Clube de Porto Alegre, onde sou diretor social.

Três minutos após a entrevista gravada, que estava sob censura, foi liberada e meus colegas de turma foram avisados que no dia seguinte, às 19h, a entrevista iria ao ar. Recebi até cartão da China do jornalista Flavio Alcaraz Gomes, então presidente da Abert e diretor da Rádio Guaíba.

Concluído o Curso na Voz da América, que tinha 43 emissoras de rádios de ondas tropical e curtas e cerca de 2 mil funcionários, fui com um intérprete do Departamento de Estado para Nova York, sendo  recebido pela Secretária Pamela, pois a Jaqueline estava hospitalizada, mas valeu mais do que se fosse com a viúva do Kennedy, e ganhei telefoto internacional em jornais no mundo promovendo a Efap. Em Porto Alegre, saí na primeira página da Folha da Tarde. Ela não compareceu, nem o Ministro da Justiça, Robert Kennedy, mas enviaram cartas justificando a ausência e um jatinho com bandeira americana pousou no Salgado Filho com jornalistas no New York Times, Washington Post, Voz da América, Revista Times, CBS e outros. Eu e meu colega Marco Antonio Kraemer nos viramos para atendê-los.

Inaugurou a Efap o poderoso general Justino Bastos, sem a presença do governador Ildo Meneghetti, que enviou um deputado para representá-lo. Fui selecionado entre os colegas para mostrar à exposição ao escritor Justino, que no final disse que iria recomendar seu filho para visitá-la. Fiquei impressionado com a segurança do grande general que me acompanhava pari-passo, sem necessidade de me tocar porque eu não era político, embora tivesse minhas ideias contrárias à Revolução, de tolher a liberdade de imprensa. Eu conseguia andar livre entre todos porque minha vida tinha e tem como norte com direito e justiça, a propaganda, só propaganda, sempre propaganda.

João Firme publicitário e jornalista.

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