Para o “novo jornalista”

Por Bruno Rodrigues Não adianta chorar sobre o leite derramado: a mídia impressa passa pelo maior choque que já se viu, e o melhor …

Por Bruno Rodrigues

Não adianta chorar sobre o leite derramado: a mídia impressa passa pelo maior choque que já se viu, e o melhor a fazer é agir. Enquanto os grandes grupos jornalísticos criam novos modelos de negócio, que os profissionais corram para se reinventar.


Para onde olhar? Que habilidades é preciso desenvolver? É possível, mesmo, uma massa de jornalistas formada em um mercado em ebulição adaptar-se a novos paradigmas?


A resposta é - graças a Deus - sim.


Embora a primeira reação dos profissionais em meio ao caos seja procurar por cursos, antes vale a pena parar e perceber quais são estes novos paradigmas. Por quê? Para que os novos conhecimentos adquiridos sejam plenamente absorvidos e não se gaste tempo e dinheiro tentando entender o que há de novo no ar. E - talvez o principal - para não se perder na ilusão de que em algum momento tudo voltará ao normal. Acredite: não vai, e definitivamente, não é o fim do mundo.


Vamos, então, ao ponto. Na realidade, é uma trinca de conceitos que têm se apresentado ao longo da última década e, com certeza, pertence a um longo futuro que se avizinha.


1- Informação não é só notícia e, portanto, não morre amanhã
O maior benefício do meio digital é a permanência da informação, o que veio sepultar a ideia de que o que é publicado hoje vira passado amanhã. E mais: que a notícia de ontem é inútil. Aproveitar a capacidade quase ilimitada de um site jornalístico em acumular informação, polindo a notícia do dia anterior e aglutinando-a a outras mais recentes é o ponto zero para se tratar uma notícia de uma nova maneira.


2- Informação não é só texto
Sobre isso, sabemos desde a universidade, mas era mais teoria que prática. O problema é que arrancar da cabeça de um jornalista que a habilidade de redator, neste novo cenário, é apenas uma habilidade entre as essenciais, é mais que uma pedreira. Mexer com lado escritor do jornalista é puxar briga. Ainda assim, vamos lá: a convergência de mídias que era ficção científica até cinco anos hoje é parte do dia-a-dia, o que significa que vídeo, áudio, ícone, foto, ilustração e gráfico acabam tendo o mesmo peso que o texto - e é preciso acreditar neles como informação de peso.


3- Informação não é só informação
É o item mais difícil - talvez a grande mudança - e a palavra-chave é "relacionamento". Desde se acostumar a incluir - sempre - na pauta itens sugeridos pelo leitor, a mediar áreas de comentários, passando por publicar (e filtrar) material de quem não é jornalista a aprender (ontem!) a lidar com micro-ferramentas como RSS e Twitter e ambientes como Orkut e Facebook: tudo isso é fato, não mais "tendência?. E cada um destes aspectos complementa a informação e faz a roda girar.


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Dito isso, respire fundo e vá em frente. As promessas são boas, acredite! ??


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Gostaria de me seguir no Twitter? Espero você em twitter.com/brunorodrigues.


*Bruno Rodrigue é autor do primeiro livro em português e terceiro no mundo sobre conteúdo online, "Webwriting - Pensando o texto para mídia digital", e de sua continuação, "Webwriting - Redação e Informação para a web". Ministra treinamentos em Webwriting e Arquitetura da Informação no Brasil e no exterior

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