Revista simula uma eleição planetária

Por Carlos Castilho A revista inglesa The Economist criou um sistema de votação mundial para eleger um colégio eleitoral integrado por representantes de 195 …

Por Carlos Castilho

A revista inglesa The Economist criou um sistema de votação mundial para eleger um colégio eleitoral integrado por representantes de 195 países para escolher entre Barack Obama e John McCain, usando as mesmas regras do sistema eleitoral norte-americano.


A simulação foi desenvolvida pelos editores da The Economist como um exercício de imaginação política sobre uma possível globalização eleitoral, na qual onde o voto é indireto e quem tem a palavra final são os 9.875 membros do "colégio eleitoral universal".


E se depender destes eleitores privilegiados, Barack Obama seria eleito o líder deste planeta por uma acachapante maioria de 8.903 votos no colégio eleitoral global contra minguados 38 votos para John McCain.


É claro que o sistema criado pela The Economist não passa de uma grande fantasia política, mas o interessante é que a idéia de uma eleição global já não é mais vista como uma utopia, conforme mostram os comentários de leitores da matéria.


Primeiro-ministro global


A drástica redução das distâncias entre candidatos e eleitores, provocada pela internet, cria o ambiente para que os cientistas políticos possam imaginar cenários onde as pessoas comuns, independente de fronteiras, poderão interferir em questões globais como o meio ambiente e a economia, por exemplo.


Para montar o seu mapa eleitoral planetário, a revista selecionou 195 países e atribuiu a todos eles um mínimo de três votos no colégio eleitoral. O tamanho do colégio eleitoral de cada país é proporcional à sua população e o candidato vencedor leva todos os votos indiretos se vencer no pleito direto nacional.


O modelo da The Economist imita o sistema norte-americano onde os presidentes são eleitos pela via indireta, mas no Velho Mundo já existem proponentes de um sistema similar ao das eleições para o parlamento europeu, cujos membros elegeriam uma espécie de primeiro-ministro global.


Cuba e Brasil


Quem for navegar pelo mapa eleitoral criado pela revista vai perceber algumas incongruências, como a vitória parcial de McCain em Cuba e a ausência de votos em países populosos como Angola. É que para chegar a um voto eleitoral, além dos três básicos de cada país, é necessário atingir um quociente proporcional à população nacional.


No caso de Cuba, o resultado provavelmente foi influenciado pelos exilados em Miami, tradicionalmente conservadores. Os internautas da ilha enfrentam dificuldades para acessar a internet e votar na simulação. No Brasil, Obama ganha por um percentual de 80% dos 272 votos depositados até domingo à noite.


*Carlos Castilho é jornalista, professor e cursa pós graduação em Mídia e Conhecimento no EGC/UFSC.
O artigo foi publicado originalmente no site www.observatoriodaimprensa.com.br

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