Por Fábio Mestriner

A embalagem, em todas as suas formas e diferentes funções, representa no mundo todo um negócio que movimenta anualmente um cifra superior a meio trilhão de dólares, atraindo o interesse de fabricantes e indústrias de vários segmentos que participam deste milionário mercado, oferecendo da matéria-prima aos equipamentos de envase, passando pelos sistemas de codificação e rotulagem, até os itens promocionais e de merchandising.

Tudo isto representa uma mega estrutura industrial espalhada pelo planeta que busca o tempo todo evoluir e melhorar soluções, capazes de mudar o mercado e obter vantagens competitivas.

Há cada três anos, esta indústria se reúne na cidade de Düsseldorf, na Alemanha, onde são apresentadas as últimas novidades do setor durante a Interpack. Esta feira, considerada a maior do mundo nesta área, reúne embalagens, equipamentos e processos num mosaico de soluções e componentes que fazem girar a máquina produtiva.

Participar dessa feira é uma experiência reveladora do estágio de desenvolvimento alcançado pela embalagem, pois os fabricantes esperam este evento para apresentarem seus últimos lançamentos. Permitem, também, visualizar o que vem por aí e as tendências que indicam o caminho para o futuro.

A ABRE - Associação Brasileira de Embalagem esteve presente com um estande institucional na Interpack e pode conferir o que há de novo e para onde apontam os ventos do setor. Podemos dizer que a primeira impressão é que estamos diante de um mercado que cresce em importância e valores. Mais de 200 mil visitantes especializados, vindos dos cinco continentes, andaram pelos dezoito pavilhões da feira, visitando os quase três mil stands montados para atendê-los.

A tecnologia avançou. A impressão flexográfica continua sua impressionante evolução, melhorando em definição de imagem e performance. A impressão digital das embalagens abre novas fronteiras para a utilização do potencial promocional e de marketing deste componente do produto. Os processos de moldagem por sopro, infusão e extrusão,apresentaram melhorias de performance e novos processos produtivos que tornam viáveis tiragens cada vez menores para atender a diversificação dos produtos exigida pelos consumidores.

Os materiais também foram contemplados com avanços tecnológicos e novidades surpreendentes como as combinações dos mais variados tipos.

Chamou a atenção o novo material laminado de aço (folha de flanders) com PET para produzir embalagens inovadoras como a lata para uma garrafa de champanhe, feita com folha de aço revestida de PET com efeito holográfico.

Novas abordagens conceituais na combinação de vários materiais diferentes estão gerando soluções bastantes inovadoras e embalagens mais eficientes que lançam mão do melhor de cada um deles. Um pavilhão inteiro apresentou as evoluções do Bioplástico, o plástico feito de plantas.

Os equipamentos deram um show a parte na feira com máquinas que fazem coisas mirabolantes como é o caso dos novos robôs para logística e linha de envase de produtos diversificados.

Neste setor, chamou a atenção uma alteração de rumo na maneira de lidar com equipamentos gráficos. Até agora, a indústria gráfica que produz embalagens estava presa ao que os equipamentos permitiam que fosse feito. Hoje, já é possível criar a embalagem que atende aos anseios de consumidor e depois encomendar uma máquina especialmente projetada para produzi-la.

Uma revolução que está em marcha e teve presença na feira diz respeito às etiquetas de identificação por rádio freqüência RFID, que substituirão o código de barras e prometem agitar o universo da embalagem e do consumo nos próximos anos.

Esta etiqueta, inserida no produto, permite agregar a ele mais informação que podem ser utilizada para uma infinidade de aplicações que vão da segurança ao controle dinâmico de inventários e estoques à distância e em tempo real até à tão desejada passagem direta pelo caixa dos supermercados sem ter que tirar os produtos do carrinho nem assinar nada, pois a compra será debitada automaticamente na conta do consumidor como já ocorre hoje no sistema "pedágio sem parar".

Enfim, voltamos com a certeza de que a embalagem está em franca evolução e terá um papel cada vez mais importante em nossas vidas. Também, voltamos com agradável sensação de verificar que estamos bastante atualizados e em condições de participar do futuro deste setor, pois a indústria brasileira de embalagem já está capacitada para acompanhar a dinâmica mundial desse mercado

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