Verdade, cordialidade e franqueza

Por Ibsen Pinheiro Tenho experiência suficiente para compreender que a política de comunicação em um governo democrático, resultante da vontade das urnas, não é …

Por Ibsen Pinheiro
Tenho experiência suficiente para compreender que a política de comunicação em um governo democrático, resultante da vontade das urnas, não é um traço horizontal riscado com absoluta segurança, livre de qualquer acidente de percurso. É um fazer permanente, que se aperfeiçoa nas relações com os profissionais e os veículos que representam, na obrigação diária do governo de prestar contas dos seus atos, requisito essencial para estar em sintonia com a sociedade. Um governo nem sempre acha o tom adequado para verbalizar suas ansiedades e preocupações. Mas nós, que aceitamos a tarefa definida pelo governador Germano Rigotto, para coordenar, orientar e supervisionar a área de comunicação, somos otimistas em relação aos resultados práticos do nosso trabalho, realizado em equipe. Anima-nos a certeza de que estamos prestando um serviço de importância fundamental para a sociedade gaúcha. Ao mesmo tempo, sabemos que não vamos trilhar um caminho fácil, embora nosso propósito seja o de contribuir para a existência de um clima de cordialidade, lealdade e franqueza nas relações com os veículos e os jornalistas, independentemente dos pontos de vista que possam ter sobre os rumos do governo, seus projetos e realizações.
Em vários momentos já afirmamos que nossa aposta é na descentralização da política de comunicação do governo Rigotto, apoiado por uma coalizão de partidos garantidores de governabilidade desejada pela maioria dos gaúchos. Mas sempre haverá de nossa parte o compromisso com a transparência de todos os atos e ações governamentais e uma atitude de compromisso total com a verdade. Ao mesmo tempo, nos anima a intenção de engendrar um clima de relações civilizadas, com todos os segmentos da sociedade gaúcha.
Repudiamos a idéia do confronto pelo confronto e a transformação do aparato de comunicação do governo numa correia de transmissão de uma ideologia representativa dos interesses de uma única agremiação política. Também nos anima a disposição de mlehorar o relacionamento com as entidades de classe representativas do jornalismo, que dignificam nossa profissão e são a garantia de sua continuidade. A política de comunicação do governo Rigotto está, acima de tudo, a serviço da sociedade gaúcha. Não é laudatória, nem apologética. Não é diversionista, nem catequista. Enquadra-se nas regras elementares do bom jornalismo: informar e informar, sem receio de que a verdade produza pequenos ou grandes estragos. Mais vale o culto obsessivo da verdade do que a falsa impressão de tudo se passa no melhor figurino de perfeição e infalibilidade. A perfeição e a infalibilidade são virtudes reivindicadas pelas mals altas expressões da fé. Ou pelas ditaduras, que não precisam argumentar nem dialogar para impor supostas verdades.
* Secretário de Comunicação do Governo do Estado, em artigo para o Jornal da ARI

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