Você tem medo do Google?

Por Bruno Rodrigues Para muitos, é pior que medo de barata, trovão ou viagem de avião. O que o misterioso e onipresente Google pode …

Por Bruno Rodrigues

Para muitos, é pior que medo de barata, trovão ou viagem de avião. O que o misterioso e onipresente Google pode fazer com o nosso planeta ultrapassa o limite das teorias conspiratórias. Para os mais apocalípticos, a empresa não vai dominar o mundo - ela já o fez.


Exagero? Neurose? Falta do que fazer? Claro que parte do que descrevi acima é brincadeira, mas o restante da história causa desconfiança e preocupação bem palpáveis para certos analistas de mercado. Como pode uma empresa que começou outro dia, mesmo, ter se transformado na marca mais valorizada do mundo, à frente de ícones como IBM e Microsoft, que se esforçam, há décadas, para ficar na dianteira do mercado de tecnologia? É esta mistura de fascinação e mistério que deixa muitos de pé atrás.


Na semana passada, quando o Google lançou seu celular para competir com o iPhone, ficou claro para mim, finalmente, a real preocupação que podemos ter caso o Google "domine o mundo" [será que já estou delirando?]: aplicativo algum "mora" no aparelhinho, ao contrário do que acontece com todos os outros. Explicando: tanto a agenda do celular, quanto o calendário, assim como o processador de textos, por exemplo, ficam na web. Você precisa acessar a internet para trabalhar com todos eles.


O que pode ser um terror para mim [e é], é naturalíssimo para outros. "Claro que deve ser assim, o futuro está nas mãos dos aplicativos web", eles dirão. Neste cenário, esqueça softwares que vivem em seu computador - tudo está na web, basta acessá-los.


O que tudo isso significa? Pelo lado bom, as máquinas ficam livres de tanto peso, afinal os programas "moram" na internet. Além disso, se eles estão lá, você pode manuseá-los de qualquer lugar, não precisa ser de seu computador. Milhões de usuários já vivem assim (entre eles, eu), e acessam o pacote Google Docs de todo ponto do planeta.


Os críticos vêem isso de outra maneira. Para eles, tanto a sua agenda de compromissos do notebook como as informações do celular são reféns do Google. Afinal, todos os milhões e milhões de aplicativos de milhões e milhões de usuários - entre eles, pode estar você - "moram" nos poderosíssimos computadores [servidores] do "Big G".


Mas é justamente em sua super/mega/blaster rede de computadores do Google que reside a fama, o poder e glória (e também o $, é claro) da empresa. Todos querem depender deles, a bem da verdade. O que a empresa conseguiu não é pouco.


Conquistar o mundo, para mim, é apenas um detalhe na trajetória da empresa. Pelo que percebi esta semana, pelo menos por estas bandas, o Google já conquistou o coração dos pós-adolescentes. Entre as empresas que os jovens brasileiros sonham em trabalhar, a Petrobras está em primeiro lugar - logo após vem o "Big G".


E você, acha que está tudo apenas começando? Ou enxerga no Google o Armageddon das nossas informações pessoais?


* Bruno Rodrigues é autor do primeiro livro em português e terceiro no mundo sobre conteúdo online, "Webwriting - Pensando o texto para mídia digital", e de sua continuação, "Webwriting - Redação e Informação para a web". Ministra treinamentos em Webwriting e Arquitetura da Informação no Brasil e no exterior. O artigo foi publicado originalmente no site www.comunilque-se.com.br

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