Experiência de consumo é o principal diferencial das fintechs

Caroline Capitani, da Ilegra, apresentou vantagens e impacto das startups do ramo financeiro no mundo

Caroline estuda fintechs e startups para ajudar seus clientes a inovar - Divulgação/Coletiva.net

As empresas tradicionais movem-se devagar, por causa de seus fluxos e processos. As pessoas hiperconectadas obtêm o que precisam rapidamente em uma troca de mensagens. A partir destas premissas conflitantes, Caroline Capitanni, gestora de marketing e business da Ilegra, trouxe ao público as vantagens das fintechs e a maneira como essas empresas estão atuando no mercado. "O que vem antes do software? Desenvolver aplicativo pode ser dinheiro posto fora se não houver uma compreensão da experiência do usuário", avaliou.

Segundo Caroline, a experiência de consumo precisa ser repensada para varejo, bancos e qualquer serviço. "A empresa que não proporcionar uma boa experiência, estará fora deste contexto de negócios daqui a pouco", disse. Conforme pesquisa apresentada pela palestrante, até 2020, em mercados mais maduros, a experiência de consumo substituirá preço e produto como ponto chave para diferenciação de marca. "Oitenta e seis por cento dos compradores vão pagar mais por uma experiência melhor", alertou.

As empresas tradicionais reconhecem que a experiência de consumo é um diferencial competitivo, mas não estão sabendo lidar com isso, o que abre o leque para atuação das fintechs. "Apenas 13% das empresas avaliam suas entregas dessa natureza como nota 9 ou 10. Isso é mercado para as fintechs, porque elas trazem experiências agradáveis", falou, destacando que o cliente é o centro da proposta de valor das fintechs e outras startups. "As fintechs atuam com foco no cliente, na tecnologia, na simplicidade, na conveniência, na transferência e na personalização."

Apesar deste cenário, o contexto não é de competição. "Os bancos viam as fintechs como concorrentes e, ao perceberem que não dariam conta, começaram a tratar como parceiros. Há uma relação de complementariedade entre o que cada player oferece", afirmou. Caroline apresentou, ainda, pesquisa que apontou as empresas de tecnologia como confiáveis pelos consumidores. Quando perguntados a qual empresa confiaria seu dinheiro, os consumidores elencaram os brancos tradicionais, PayPal, Amazon, além de empresas como Facebook e Snapchat. "Os consumidores já têm experiências positivas com essas empresas e estão desapontados com as ferramentas digitais dos seus bancos. Isso é um dos motivos para a evasão para as instituições nascentes", avaliou.

Observa-se, também, que as fintechs estão investindo em temas que ainda são incipientes entre os players tradicionais. "No que as fintechs estão pensando? Data analytics, mobile e inteligência artificial. Hoje, já existem análises de créditos feitas por estruturas de dados não estruturados, permitindo conceder um crédito de maneira mais inteligente, a partir de onde o usuário faz check in, por exemplo", contou Caroline.

A palestrante apresentou, também, informações sobre as 250 fintechs que vão mudar o mundo financeiro, estudo divulgado pela CB Insighs. "São empresas privadas em ascensão, que têm indicadores de viabilidade financeira, potencial de crescimento, foco de atuação e modelo de negócio", explicou. Entre elas, estão 26 de meios de pagamento, 21 de mercado de capital e 20 de seguros, entre outros serviços. Quatro são brasileiras - Nubank, Guiabolso, Creditas e Easynvest. "Eu indicaria duas para ficar de olho: Polychain e Blockstream", alertou. Uma é o primeiro fundo de hedge de ativos de blockchain do mundo. Investem em protocolos e não em empresas. A outra lançou um satélite  que transmite transações de bitcoin em tempo real, incluindo neste mercado quatro bilhões de pessoas não conectadas à internet no mundo.

A equipe de Coletiva.net conta com o apoio do Grupo RBS e do Sicredi para a realização da cobertura em tempo real do BS Festival. Ao longo da programação, a editora do portal, Gabriela Boesel, as repórteres Júlia Fernandes, Luana Nyland, Marla Gass e Patrícia Lapuente, e a publisher Márcia Christofoli produzem conteúdo sobre o evento e seus bastidores, além de alimentarem as redes sociais com tudo o que acontece no evento.

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