Relações humanas foram a tônica de workshop

Participantes analisaram transformação nas empresas e nas pessoas na manhã deste domingo

Facilitadores propuseram dinâmicas para reflexão - Divulgação/Coletiva.net

A manhã deset domingo, 2, foi de reflexão, questionamentos e insights para os participantes do workshop ministrado por Eduardo Cheffe, Laila Palazzo e Rafael Perez, da rede Point. Duas pautas inicialmente planejadas em separado foram reunidas em uma única atividade. O primeiro tema era voltado a ferramentas para tornar-se um facilitador, ou seja, auxiliar empresas e grupos a se desenvolverem, inovarem. O outro era focado em habilidades de relacionamento. "A gente manteve uma clareza de intenção. Como facilitadores, nos permitimos fazer o que falamos, sair da zona de conforto, discordar, ver no que ia dar e tudo bem", explicou Cheffe.

A atividade começou com o que eles chamam de check in, para compreender como cada participante do grupo estava se sentindo no início e, assim, conduzir os temas de maneira que fizesse mais sentido às pessoas presentes. Em seguida, os facilitadores abordaram como funciona o mundo atual, o momento de transição ou zona de resmungo, como eles classificaram. "Tínhamos um mundo linear, onde se sabia as perguntas e as respostas. E estamos passando para uma nova condição, mais circular", disse Cheffe. Tentar lutar contra o avanço da tecnologia e as mudanças que ela traz nas relações não é produtivo, segundo Laila. "Precisamos refletir 'quanto eu tento aproveitar isso de bom, o quanto eu tento lutar contra' porque não temos como mudar, a tecnologia está aí, os influencers estão aí", provocou.

O papel do líder, neste cenário, também foi abordado. Uma participante contou que os ambientes estão favoráveis à mudança, mas as pessoas não, ao apresentar uma situação presente na empresa em que atua. "Optamos por não ter mesa fixa para ninguém, cada um pode sentar onde quer a cada dia. E todos os dias as pessoas sentam nos mesmos lugares", ilustrou. Neste momento, os próprios participantes questionaram se o papel do líder deveria ser o de estimular que as pessoas mudassem e realmente trocassem de lugar ao sentar.

Laila afirmou que as pessoas ainda esperam o líder herói. "O que faz um herói? As pessoas estão com um problema e o Batman vem, com um aliado, e salva todo mundo. Terceirizamos a responsabilidade pela solução", esclareceu. Para ela, o modelo atual de liderança é o de facilitador, que busca identificar como fazer as pessoas participarem do processo de solução. "Talvez o líder não seja quem tem resposta para tudo. Ele não está se desresponsabilizando, ele tem mais 'guard rails', limites por onde andar, do que respostas", argumentou Cheffe. Um papel do líder é lidar com a diversidade, pois cada colaborador, cada membro da equipe reage a diferentes estímulos e modelos de aprendizagem. "A diversidade é que mantém um sistema estável, porque cada indivíduo tem uma habilidade diferente que sustenta uma situação diferente. Se fossem todos iguais, teriam os mesmos problemas e reagiriam da mesma forma", avaliou Laila.

Os participantes apresentaram cenários em que têm dúvidas sobre seu papel como facilitadores. Para auxiliá-los, o workshop abordou a comunicação não violenta, processo criado pelo psicólogo Marshall Rosenberg que ajuda a estabelecer relações mais compassivas. Resumidamente, o fluxo dessa comunicação consiste no processo de comunicação, em falar sobre fatos, informar a emoção despertada, a necessidade não atendida ou afetada e um pedido. "Observar, sem colocar juízo de valor, o que de fato ocorreu. Identificar como EU me sinto quando isso acontece, qual é o sentimento que o fato gera em mim. A partir daí, qual é a necessidade que não está sendo atendida e que gera o sentimento anteriormente percebido. E, então, oferecer à pessoa um pedido, sem exigências, sem ordem", explicou Laila.

O workshop teve, ainda, a dinâmica dos 3C - começar, continuar e cessar. Cada participante escreveu em um papel o que ele pode começar a fazer imediatamente, que não envolve os outros e que vai agregar valor aos seus relacionamentos. Depois, escreveu o que pode continuar, o que já faz e dá resultado. E, por último, o que é preciso cessar de comportamento, porque não agrega. A dinâmica foi elogiada. "Esse exercício e essas discussões levaram a pensar no que que eu sou boa e ver coisas que eu não percebia que eu fazia. A gente falou do mundo e terminou falando da gente. Teve coisas que tenho que parar para pensar e fazer mais", disse uma participante.

A equipe de Coletiva.net conta com o apoio do Grupo RBS e do Sicredi para a realização da cobertura em tempo real do BS Festival. Ao longo da programação, a editora do portal, Gabriela Boesel, as repórteres Júlia Fernandes, Luana Nyland, Marla Gass e Patrícia Lapuente, e a publisher Márcia Christofoli produzem conteúdo sobre o evento e seus bastidores, além de alimentarem as redes sociais com tudo o que acontece no evento.

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