A fórmula da reforma

Por Fraga

Pelo que pude entender, pra gente se aposentar basta o seguinte:

Pegue o ano que você nasceu, some aos anos que você viveu. A esse total acrescente os anos trabalhados. A seguir, desconte o tempo como desempregado. Divida tudo pelo fator previdenciário. Multiplique o resultado pelo CEP do seu estado natal ou residencial. Daí, desse total, deduza o percentual da taxa de incidência do IR. (Não desista do cálculo, deixe seu raciocínio descansar um pouco). Agora, aplique a raiz quadrada da sua expectativa de vida. Seja lá o que deu, extraia a dízima periódica sobre a soma de todas as semanas e todos os meses sob a quase finada CLT. Guarde bem esse número. Dele diminua os períodos terceirizados. Guarde também esse número. Em seguida, faça a prova dos 9 no seu CPF. O produto final será seu índice para duas operações fundamentais. Lembra os 2 números que você devia guardar? Primeiro adicione um a outro, depois subtraia sua idade atual. Se der um número positivo, sua aposentadoria virá, provavelmente, ainda nessa existência. Se der um número negativo, você irá se aposentar somente após a exumação do seu cadáver. Nesse caso, para receber o ansiado benefício, será obrigatório comprovar que você não está mais vivo. Claro que existe outro modo de efetuar esse cálculo, mas é mais complicado.

Autor
Fraga. Jornalista e humorista, editor de antologias e curador de exposições de humor. Colunista do jornal Extra Classe.

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