Lá pelos idos de 2010, comecei a minha 'caçada' por criadores de conteúdo. Tinha saído da comunicação da Secretaria de Educação do Rio Grande do Sul depois de seis anos e meio, entrado numa agência de assessoria para trabalhar com uma gama completamente diferente de clientes, jornalistas e os tais blogueiros, ou melhor, blogueiras. A cada ação nova, lá ia eu buscar quem eram as meninas que produziam conteúdo de qualidade e que tinham a ver com o cliente. Na época, as redes sociais eram mais usadas para avisar dos conteúdos nos sites/blogs do que efetivamente postar conteúdo. E foi assim que eu fui aprendendo a trabalhar com o que hoje a gente chama de 'marketing de influência'.

Muitas dessas meninas viraram minhas amigas e, no andar da carruagem, fui aprendendo como faziam para construir as pautas, como era a construção do público, como era o relacionamento delas com os seguidores e foi com elas que descobri que o YouPix existia. E que coisa maravilhosa foi descobrir isso! Em 2012, teve um evento pocket itinerante na ESPM-Sul e aí virou amor de vez! Por mais que eu não produzisse conteúdo para um canal próprio, aprendi muito sobre como era esse mundo fascinante e como eu poderia trabalhar com ele. Desde então, não larguei mais o YouPix de mão.

Mas aí, neste ano, depois de um bom tempo trabalhando em agência, resolvi mudar um pouco a rota e me juntei ao time do Share. E não é que o YouPix apareceu novamente na minha vida? Para quem não soube, a firma foi convidada para fazer a cocuradoria do YouPix Con, evento que aconteceu nesta segunda-feira, 24, em São Paulo. E lá estava eu, porque não perderia ele por nada nesse mundo (nada exagerada ela)! Ainda estou num turbilhão de emoções e absorção de conteúdo. Um dia rico em trocas, que faz a gente pensar em muita coisa que está posta neste mercado e que está em constante mutação, ou como diria o slogan do Share: #emconstantemovimento.

Teria muitos recortes e caminhos a seguir para falar sobre o que rolou por aqui (sim, estou em SP ainda), mas achei uma coincidência maravilhosa nas duas primeiras palestras que assisti ontem: uma da Camilla Reis, do Cura de Nós, e a outra do Felipe Ventura, do DR. Ambas falaram sobre IKIGAI. A primeira vez que escutei falar sobre o assunto foi com o Edson Matsuo, diretor criativo da Melissa, num evento em Porto Alegre, se não me engano na FIC do ano passado, lá no BarraShoppingSul. Para quem não conhece, o IKIGAI é um conceito japonês que significa uma razão para viver, para existir.

Para deixar mais claro, é como se fosse a intersecção entre a tua paixão, a tua missão, a tua vocação e a tua profissão. É autoconhecimento da forma mais profunda possível. É uma forma de descobrir qual é o teu propósito de vida. E o que a Camilla e o Felipe apresentaram lá no YouPix Con é que esta também pode ser uma forma de descobrir o propósito do seu negócio. E isso vale tanto para creators como para qualquer outro profissional e ainda para qualquer tamanho de empresa.

É um jeito de encontrar um caminho a seguir, de como tentar ser único e gerar valor para o mercado, para as pessoas e também a gente. É parar um tempo, pouco ou muito vai depender do quanto tu te conheces ou conheces teu negócio, para pensar o que eu quero, sei e posso fazer. É descobrir o que gera interesse ou tem impacto nas pessoas e no mercado. E, uma parte que é muito importante e que às vezes é deixada de lado, o que me viabiliza profissional e economicamente. Porque não adianta muito todo mundo amar teu conteúdo e tu não conseguir pagar os boletos, né?

Imaginem, se o evento já começou assim, como não foi o restante desta segunda-feira! Vou tentar organizar os assuntos por grupos para ir compartilhando com vocês aos poucos. E só queria deixar uma frase da Camilla Reis que ficou matutando aqui e tenho certeza de que vai atucanar vocês também, por mais que a gente já saiba disso lá no fundinho: "Pare de olhar a grama do vizinho e comece a plantar o próprio jardim".