As horas

Há muitas horas na vida. Horas de alegria, horas de tristeza, horas de tédio, horas de ansiedade, horas de comemoração, todo o tipo de …

Há muitas horas na vida. Horas de alegria, horas de tristeza, horas de tédio, horas de ansiedade, horas de comemoração, todo o tipo de horas. E há as horas em que há horas. São momentos que não cabem em si. Há horas de muitas horas, sejam elas concentradas dentro de muitas horas, sejam horas espalhadas por uma hora. O difícil é o durante.
Num durante concentrado, a explosão é iminente. Mesmo que não ocorra. Uma compressão permanente de minutos dentro de uma hora. E o que dizer das horas em que se espalham horas lentamente dentro de uma hora?
A vida vai-se revelando com o passar dos anos, que nada mais são do que muitas, muitas horas. As horas vão tirando aos poucos os véus que obnubilam nossa visão. Ou não. Há aqueles que passam a vida como se passassem por minutos: não entendem nada. Nem fazem questão de entender.  Há os que não entendem nada, apesar de fazerem questão de entender.
A vida cheia de horas é a evolução. Ou deveria ser. Porém, partindo deste raciocínio, os relógios seriam oráculos da vida. Não são. Porque a vida cheia de horas só é evolução se ela tiver contemplação. Observação. Senão, o passar das horas nada mais é do que um acúmulo de minutos.
A oportunidade que temos de estarmos neste mundo e aprendermos, evoluirmos é fantástica. Dia após dia, mês após mês, ano após ano, temos a possibilidade de crescer como pessoas. Claro, o ritmo da vida hoje nos dificulta muito a observação, a contemplação e, consequentemente, o aprendizado. Então, há que se esforçar. Mas sem esforço, pouca coisa acontece na vida. E assim, passam-se as horas.

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