Coluna inicializada. Inicializada, conforme quer o computador, é a mãe.
Já fui muita coisa na vida, no campo profissional, político e religioso. Já fui (torci) até por Mangueira, estação primeira. A idade foi reduzindo as preferências e posições. Enxuguei tanto de tudo que hoje só sou AGNÓSTICO e FLAMENGO. Abro exceção e acrescento um doce de ameixa que todo ano festejava o aniversário de meu pai. Não tenho ilusões e nem cético sou, pois já tenho a certeza que a humanidade não deu e não tem mais tempo de dar certo. O fracasso da humanidade não é uma opinião minha - chamo a atenção -, está nos livros de História. Os meus caminhos todos já percorridos e que são, de acordo com o genial poeta espanhol Antonio Machado (1875 - 1939), nossos verdadeiros sinais vitais, deram-me algumas características há muito incorporadas aos meus adjetivos, entre os quais a objetividade.
Sou tão objetivo que me recuso a discutir religião e futebol, ou seja, só me interessa discutir aquilo que é mutável, ou seja, a discussão só interessa se for modificadora, caso contrário, é dar à discussão o prazer de discutir.
Semana passada, ao ler uma coluna de Arnaldo Jabor, em O Globo, levei um susto, pois nunca, em todos os meus caminhos, encontrei alguém que colocasse, ponto por ponto, o que escandaliza o presente deste país e parte não pequena de seus canais de opinião. Há, no circuito das ideias, coisas defendidas antes da queda do Muro de Berlim e antes da falência da URSS. Tenho uma camisa com mais de 25 anos que só uso para dormir?
Jabor: "Por isso, me pergunto: se os católicos explicam de algum modo sua fé na Santíssima Trindade: se os muçulmanos nos falam que "Só Alá é grande" e detalham no Corão as regras de sua religião; se os evangélicos ensinam seu catecismo, por que tantos intelectuais e artistas brasileiros não nos explicam por que apoiam o Maduro, por que fazem manifestos de apoio à Coreia do Norte, como fez o PC do B? Como podem ignorar os escândalos evidentes de uma quadrilha de corrupção que está levando o país à bancarrota? Ninguém fala nada? Por que se negam a detalhar os caminhos dessa "religião" que professam? Será que não viram a queda do Muro de Berlim, o fim vergonhoso do socialismo real? Será que mistura de leninismo com bolivarianismo que apoiam tem alguma lógica inquestionável que ignoramos? Haverá alguma equação que decide o emaranhado de suas mentes, algo assim como "penso assim, por isso e por isso, logo?"? Não, não dizem nada - só apoiam e creem. Será que nos deixam babando de curiosidade porque não querem dar luz aos cegos da "pequena burguesia"? Por isso tento entender seu labirinto de ilações, de deduções, de reviravoltas com que constroem o "Caminho de Santiago" que teimam em percorrer. Em primeiro lugar, eu acho que renegar as evidências é uma maneira de se sentirem portadores de uma verdade inatingível pelos homens comuns. Nos olham com o desprezo de homens superiores.
Para eles é impossível aceitar que o mundo não se molda apenas pelos desejos humanos".
Acho que Jabor não quis dizer que o inexplicável é inexplicável ou só se explica como inexplicável. Esta coluna está aberta para todos que quiserem explicar se o certo mesmo é o Maduro e para todos que apoiam a Venezuela de hoje. Escrevam. Não é proposta de discussão. Só quero entender.
Inté.

 

OU

MISTIFICADORA?