Invasão sem limites

Pode até ter quem gosta, mas eu já estou começando a me chatear com mensagens inoportunas nas redes sociais. A coisa tá ficando sem …

Pode até ter quem gosta, mas eu já estou começando a me chatear com mensagens inoportunas nas redes sociais. A coisa tá ficando sem critérios, sem limites. Ficou tão fácil das pessoas acessaram as outras que estão perdendo a noção do respeito ao espaço do outro.
Dia desses resolvi olhar as mensagens privadas na caixa "outros", que costumam não "pular" na tela do meu Facebook. Havia algumas mensagens de dias atrás de uma pessoa desconhecida, que dizia: "Bom dia, tudo bem? Preciso falar com você, assim que puder, retorne, obrigado. Aguardo!". Prontamente ao ler o recado, resolvi responder dizendo que estava à disposição. Com a negativa da resposta, me preocupei em buscar o telefone da empresa da pessoa para ver se era algo importante e já pronta para me desculpar pela demora na resposta. Então atendeu do outro lado da linha o mensageiro do recado e disse que estava entrando em contato com todos os amigos dos amigos dos amigos dele para oferecer seguro para carro. Não desliguei o telefone na cara do sujeito por educação, mas ele notou o quanto eu fiquei incomodada.
Minutos depois, não satisfeito com a minha negativa, a tal janela mostrou uma mensagem nova, da mesma pessoa. "Grazi, desculpe a invasão. O motivo do contato é que tenho uma corretora de seguros e estamos fazendo uma campanha de divulgação pelo Facebook. Estamos oferecendo um benefício de 10% de desconto para quem cotar ou renovar o seguro conosco?". Preferi não dar continuidade à tamanha falta de noção e ignorei, fechando a janelinha.
O uso das redes sociais para mim, além de ser uma fonte de informações e uma ferramenta de trabalho, também colabora para reencontrar amigos antigos e ficar sabendo um pouco mais do que acontece com eles. Mas para venda, assim, desse jeito como tentaram me fisgar, me perde. Mesmo se eu estivesse precisando do serviço não seria o meio apropriado para contratar. Acho que a forma de comunicação empresa-cliente não precisa ser tão invasiva. Há tantas outras maneiras mais simpáticas, bacanas e legais de se fazer conhecer. Como diz um velho ditado: "Teu limite termina sempre onde começa o meu. Não tente ir adiante, não seja persistente". E eu complemento dizendo para não ser chato e intrometido.

Autor
Grazielle Corrêa de Araujo é formada em Jornalismo, pela Unisinos, tem MBA em Comunicação Eleitoral e Marketing Político, na Estácio de Sá, pós-graduação em Marketing de Serviços, pela ESPM, e MBA em Propaganda, Marketing e Comunicação Integrada, pela Cândido Mendes. Atualmente orienta a comunicação da bancada municipal do Novo na Câmara dos Vereadores, assessorando os vereadores Felipe Camozzato e Mari Pimentel, além de atuar na redação da Casa. Também responde pela Comunicação Social da Sociedade de Cardiologia do RS (Socergs) e da Associação Gaúcha para Desenvolvimento do Varejo (AGV). Nos últimos dois anos, esteve à frente da Comunicação Social na Casa Civil do Rio Grande do Sul. Tem o site www.graziaraujo.com

Comentários