O futuro das agências de comunicação

Informação. Essa palavra tem invadido os meus pensamentos nos últimos tempos, por diferentes razões e necessidades. A certeza ? e por mais óbvia que …

Informação. Essa palavra tem invadido os meus pensamentos nos últimos tempos, por diferentes razões e necessidades. A certeza - e por mais óbvia que pareça ser - era que eu precisava ter informação antes de qualquer coisa. E fiz o exercício de observar as coisas ao meu redor e perceber o quanto de desinformação nos rodeia. Façam isso e tenho certeza que a maioria vai ficar chocado. Passei dias matutando em como eu poderia explorar esse tema num texto e então, na última quarta-feira, tive o prazer de participar de um evento onde um dos convidados deu uma aula de conhecimento. Paulo Andreoli apresentou o tema de uma maneira tão lúcida, tão real e muito sábia que me inspirou. Premeditou que, num futuro próximo, as agências de comunicação deverão se tornar agências de informação. Ao meu ver, por questões estratégicas e de sobrevivência, porque as coisas mudam e vão seguir mudando numa velocidade que a gente ainda nem consegue medir.
É necessário esse olhar do ambiente externo, essa exploração do conhecimento, essa premeditação do que pode estar por vir. Para o nosso mercado de comunicação, informação transformada em inteligência estratégica é bola na área, quase um gol de letra. Sem esse trabalho, não há como saber quem e nem como influenciar. Andreoli apresentou seu pensamento ligado à biologia, mostrou métodos com os quais trabalha que me deixaram inquieta na cadeira e com a cabeça a mil. Explicou que uma informação pode e tem diferentes interpretações, que geram um somatório de percepções. E que saber explora-las é mais do que meio caminho andado.
Estou escrevendo e tentando não parecer tão óbvia neste texto, mas nós, comunicadores e responsáveis por tantas marcas bacanas, temos que ficar atentos à isso. De nada adianta o colega ao lado saber uma informação ou ter uma percepção e não compartilhar, muitas vezes até por pensar que não tem porque "se meter" na atribuição do outro.  Nesse universo de informações instantaneas, o feeling do jornalista fala mais alto para saber como filtrar e o que é realmente relevante. Essa foi a resposta de Andreoli quando questionei como eles faziam a seleção de tantos dados, na qual me encheu de orgulho em ter escolhido essa profissão. Segundo ele, a informação é percebida, interpretada, gera um alerta e então é explorada. E faz toda a diferença no resultado final, na entrega de estratégias, na visão de futuro e na tomada de decisões. Achei muito bacana quando salientou que a empresa dele atua de forma totalmente ética e em nenhum momento fazem o trabalho de "espiões". Estão ligados nos jornais, nas rádios, revistas, conversas formais e informais e mais em um montão de coisas que me deixou ainda mais curiosa e encantada com o trabalho que eles realizam. Tudo isso acendeu uma luzinha aqui, reafirmando que nada funciona bem sem a essencial e que tantas vezes é esquecida, a nossa tão famosa informação.

Autor
Grazielle Corrêa de Araujo é formada em Jornalismo, pela Unisinos, tem MBA em Comunicação Eleitoral e Marketing Político, na Estácio de Sá, pós-graduação em Marketing de Serviços, pela ESPM, e MBA em Propaganda, Marketing e Comunicação Integrada, pela Cândido Mendes. Atualmente orienta a comunicação da bancada municipal do Novo na Câmara dos Vereadores, assessorando os vereadores Felipe Camozzato e Mari Pimentel, além de atuar na redação da Casa. Também responde pela Comunicação Social da Sociedade de Cardiologia do RS (Socergs) e da Associação Gaúcha para Desenvolvimento do Varejo (AGV). Nos últimos dois anos, esteve à frente da Comunicação Social na Casa Civil do Rio Grande do Sul. Tem o site www.graziaraujo.com

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