Quando o olho do dono emagrece o boi

O texto de hoje vai do sonho ao pesadelo. Um relato de uma experiência de como destruir o encantamento e a história da marca …

O texto de hoje vai do sonho ao pesadelo. Um relato de uma experiência de como destruir o encantamento e a história da marca em segundos. E o pior de tudo: pelo cara que inventou e sustenta um negócio de sucesso. Lá vai:
"Frio na Serra. Quatro restaurantes de fondue reservados para receber mais de 400 participantes de uma grande convenção que se realizava na Serra. Eu e meu marido chegamos ao Le Chalet de La Fondue e ainda na calçada, comemoramos por termos ficado naquele ambiente tão lindo e aconchegante. Uma mesa diferenciada e com visão privilegiada ficou vaga e os garçons nos conduziram até lá. O cenário? O melhor que poderíamos imaginar. Temperatura agradável, vinho servido e o fondue de queijo sendo servido. Enquanto isso, um jovem e dedicado garçom falando sobre o local, que é o mais antigo da cidade e que é reconhecido pela excelência no atendimento. Lembro de ele contar "toda a equipe de garçons se dedica muito para atender os clientes da melhor maneira, desde o boa noite até a forma de servir".
Estava sendo tudo lindo. E como não chegaram mais pessoas para compor a mesa, eu e o meu marido ficamos a sós, comemorando tamanha sorte. Então, de repente, entra um senhor no ambiente e diz o seguinte: "Vocês não deveriam estar aqui nesta mesa. Este local é o mais caro do restaurante e eu estou perdendo dinheiro." Para meu espanto, interrompi e perguntei, já me desculpando: "Eu não estou entendendo sua colocação, mas se for necessário, podemos trocar de mesa. Mas me desculpe, quem o senhor é?". A resposta, ainda inacreditável: "Sou o dono". Não, não dava para acreditar naquilo que estávamos escutando. O dono??? Como o cara que construiu um restaurante tão bacana consegue desencantar assim, tão grosseiramente? Meu marido disse ao tal senhor: "Obrigado, mas você acabou de estragar o nosso jantar". E ele, prontamente, retruca: "E vocês, estragaram o meu dia. Estão me dando prejuízo". O quê?? Casa lotada e com fila de espera, que prejuízo é esse??
Prejuízo, caro empresário Luiz, é o que o senhor fez com a sua marca. Prejuízo é investir na qualificação dos funcionários e o senhor não ter o mínimo de pudor, respeito ou tino de relacionamento com quem lhe indica, com quem posta foto fazendo questão de marcar o seu estabelecimento e, por falta de sorte sua, com uma jornalista. Deu vontade de botar a boca no mundo, de classificar o restaurante como o pior da Serra Gaúcha. Mas em respeito aos garçons Bruno, Luciano, Solivan, Douglas, Solon e Carlos, eu vou fazer de conta que tudo não passou de um pesadelo.

Autor
Grazielle Corrêa de Araujo é formada em Jornalismo, pela Unisinos, tem MBA em Comunicação Eleitoral e Marketing Político, na Estácio de Sá, pós-graduação em Marketing de Serviços, pela ESPM, e MBA em Propaganda, Marketing e Comunicação Integrada, pela Cândido Mendes. Atualmente orienta a comunicação da bancada municipal do Novo na Câmara dos Vereadores, assessorando os vereadores Felipe Camozzato e Mari Pimentel, além de atuar na redação da Casa. Também responde pela Comunicação Social da Sociedade de Cardiologia do RS (Socergs) e da Associação Gaúcha para Desenvolvimento do Varejo (AGV). Nos últimos dois anos, esteve à frente da Comunicação Social na Casa Civil do Rio Grande do Sul. Tem o site www.graziaraujo.com

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