O papel das redes sociais na eleição

O "tempo da política" se aproxima com a contiguidade das campanhas eleitorais e os políticos e seus marqueteiros questionam: "Qual o papel das redes …

O "tempo da política" se aproxima com a contiguidade das campanhas eleitorais e os políticos e seus marqueteiros questionam:
"Qual o papel das redes sociais na eleição"?
"Os eleitores utilizam as redes sociais para se informar sobre política"?
O IPO - Instituto Pesquisa de Opinião tem monitorado a adesão dos gaúchos às redes sociais e a interação destes com a política, realizando os mais variados estudos e cruzamentos.
A priori, as principais constatações demonstram que:
- Em média, 60% dos gaúchos utilizam as redes sociais. Quanto mais urbanizada uma cidade, maior a utilização das redes, quanto menor a urbanização da cidade, menor a utilização das redes sociais, sendo que os menores índices oscilam em torno de 30%.
- Dentre os que utilizam as redes sociais, em torno de 10% costumam usar as redes sociais para se informar ou fazer política. Pensando no caso do RS, dentre os 60% dos gaúchos que utilizam as redes sociais, 10% procura se informar ou atua politicamente, o que representa 6% do Estado.
- Os entrevistados afirmam que não aceitam que políticos os marquem em publicação nas redes e desconsideram quando há publicações de políticos em que seus amigos são marcados. Para os eleitores, posts com marcação de muitas pessoas pode estar associado desde vírus até oportunismo político (sem a autorização).
- A expectativa dos eleitores do mundo virtual é a mesma do mundo real: buscar informações, trocar opiniões com o proposto de compreender ou se aproximar da "verdade" almejada: "o candidato que pode realmente melhorar a cidade e a vida das pessoas". Os usuários vetam a troca de acusações ou ataques entre políticos e curtem as postagens que mostram a realidade, seguida de proposta concreta e objetiva de soluções para os problemas. A humanização dos candidatos ocorre com as fotos relativas a vida pessoal, seu cotidiano familiar e valores.
- As postagens sobre política que passam pela timeline dos eleitores devem seguir a lógica imposta pelo mundo virtual, que já possui um excesso de informação e é altamente visual. Neste contexto, os eleitores desejam textos pequenos e esperam que as informações sejam representadas em fotos, esquemas, infográficos e com links para os interessados em se aprofundar na temática. As fotos devem ter textos que expliquem o projeto, ideia ou pensamento do candidato.
Os candidatos e seus marqueteiros terão que projetar duas campanhas: uma para o mundo real e outra para o mundo virtual. Em ambos cenários, encontrarão um eleitor cético, descrente e altamente crítico. A decepção com a política amplia a criticidade dos eleitores e obriga os políticos a rever seus conceitos e plataformas de atuação.

Autor
Elis Radmann é cientista social e política. Fundou o IPO - Instituto Pesquisas de Opinião em 1996 e tem a ciência como vocação e formação. Socióloga (MTB 721), obteve o Bacharel em Ciências Sociais na Universidade Federal de Pelotas (UFPel) e tem especialização em Ciência Política pela mesma instituição. Mestre em Ciência Política pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), Elis é conselheira da Associação Brasileira de Pesquisadores de Mercado, Opinião e Mídia (ASBPM) e Conselheira de Desburocratização e Empreendedorismo no Governo do Rio Grande do Sul. Coordenou a execução da pesquisa EPICOVID-19 no Estado. Tem coluna publicada semanalmente em vários portais de notícias e jornais do RS. E-mail para contato: [email protected]

Comentários