Novo ano com velhas preocupações

A população gaúcha com menos de quarenta anos, que cresceu após o Plano Real, está vivenciando a sua primeira crise econômica e aprendendo a …

A população gaúcha com menos de quarenta anos, que cresceu após o Plano Real, está vivenciando a sua primeira crise econômica e aprendendo a lidar com a dificuldade de colocação no mercado de trabalho. O ano mudou, mas as preocupações continuam.
Como o ditado diz que "não há nada tão ruim que não tenha algo de bom", a maioria da população renova as esperanças no novo ano, apostando que a contenção familiar, o trabalho e a solidariedade serão seus verdadeiros parceiros. Diante da descrença com os políticos e governantes, a população não acredita que os governos deem respostas positivas à sociedade no curto e médio prazo. A população conta cada vez menos com seus governantes!
Pesquisa realizada pelo IPO - Instituto Pesquisas de Opinião em dezembro de 2016 questionou os gaúchos sobre a percepção entre as mudanças e as melhorias em suas vidas pessoais, no RS e no Brasil.
Imagem elis 2017
Os dados indicam que a população gaúcha se divide quando avalia a questão, sendo que 1/3 acredita que a sua vida mudou para melhor, 38,4% avaliam que a sua vida ficou da mesma forma e 28,3% afirmam que sua vida piorou nos últimos anos. O principal argumento que corrobora a "piora da vida das pessoas" está associado à crise econômica, que diminui a capacidade dos indivíduos em cuidar de sua alimentação, moradia, saúde, educação e dar amparo aos seus familiares. Até 2014, a política econômica do país permitiu e estimulou o consumo e mais de ¼ dos gaúchos aderiram a esta política, comprometendo parte de sua renda com financiamento de casa própria, de carro ou bens de consumo duráveis. Com o aumento da inflação e com a ampliação do desemprego, estes gaúchos entram em 2017 em estado de alerta, na busca de soluções ou de alternativas para a contenção de seus gastos e para a ampliação de sua renda.
A unanimidade aparece quando a população é questionada sobre os avanços do RS e do país. No caso do RS, 65,5% dos gaúchos afirmam que o Estado piorou nos últimos anos e o principal dilema está associado à situação da segurança e da saúde pública. Quando pensam no país, 76,7% relatam que o país piorou e o argumento principal está associado à crise econômica e política, associando a corrupção e a operação Lava Jato.
Porém, o gaúcho, como os brasileiros, acredita que "dias melhores virão": mais de 66% esperam que a economia reaja em 2017 e que as reformas políticas sejam realizadas para que o país volte à estabilidade de outrora.

Autor
Elis Radmann é cientista social e política. Fundou o IPO - Instituto Pesquisas de Opinião em 1996 e tem a ciência como vocação e formação. Socióloga (MTB 721), obteve o Bacharel em Ciências Sociais na Universidade Federal de Pelotas (UFPel) e tem especialização em Ciência Política pela mesma instituição. Mestre em Ciência Política pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), Elis é conselheira da Associação Brasileira de Pesquisadores de Mercado, Opinião e Mídia (ASBPM) e Conselheira de Desburocratização e Empreendedorismo no Governo do Rio Grande do Sul. Coordenou a execução da pesquisa EPICOVID-19 no Estado. Tem coluna publicada semanalmente em vários portais de notícias e jornais do RS. E-mail para contato: [email protected]

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