A mudança que o eleitor almeja

Entramos em um ano eleitoral e a pergunta do momento é: Qual a tendência dos eleitores: querem manter ou querem mudar os seus governantes?

Na atual conjuntura, o eleitor tem muita dificuldade em responder a esta pergunta por temer que as mudanças possíveis resultem na troca de seis por meia dúzia. O eleitor sabe que como está não pode ficar, mas tem muita dúvida sobre a mudança desejada e sobre a viabilidade desta mudança.

O conceito de tendência de mudança não está mais associado à mudança do gestor ou de seu grupo político e sim a uma mudança na forma de governar. Na expectativa do eleitor o conceito está associado à percepção de que um governante precisa conhecer o funcionamento da gestão pública, ter a capacidade de melhorar os serviços públicos e, ainda, mostrar proximidade com a população.

A expectativa do eleitor é a de que haja uma alteração no modus operandi da gestão pública. Que estruturas sejam mais ágeis, menos burocratizadas e que atuem para melhorar a vida cotidiana da população.

Em outras palavras, o eleitor está dizendo: precisa haver mudança na dinâmica da gestão pública. Os políticos precisam entender e respeitar a população. Não importa quem seja o Governador, importa que ele tenha capacidade de resolução e que cumpra o que foi prometido.

O eleitor vive o seu maior pico de ceticismo com a política, deseja confiar em um candidato que seja verdadeiro, que tenha condições de cumprir o que promete e que suas características pessoais validem este sentimento de confiança (fio de bigode) somado às condições dadas para governar (partido com credibilidade, ter equipe para governar, conhecer os problemas, ter plano de governo factível...).

Os eleitores, céticos, são constituídos por seres humanos que sonham e, por sonharem, não deixam de ter esperanças na mudança. Almejam por um governante que tenha empatia com a população, que se coloque no lugar do cidadão e governe pensando na sociedade.

Autor
Elis Radmann é cientista social e política. Fundou o IPO - Instituto Pesquisas de Opinião em 1996 e tem a ciência como vocação e formação. Socióloga (MTB 721), obteve o Bacharel em Ciências Sociais na Universidade Federal de Pelotas (UFPel) e tem especialização em Ciência Política pela mesma instituição. Mestre em Ciência Política pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), Elis é conselheira da Associação Brasileira de Pesquisadores de Mercado, Opinião e Mídia (ASBPM) e Conselheira de Desburocratização e Empreendedorismo no Governo do Rio Grande do Sul. Coordenou a execução da pesquisa EPICOVID-19 no Estado. Tem coluna publicada semanalmente em vários portais de notícias e jornais do RS. E-mail para contato: [email protected]

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