A revolta trazendo a luz

A revolta. Não pretendo que o povo vá as ruas e coloque os governantes na guilhotina. Não falo de revolta armada. A revolta da …

A revolta. Não pretendo que o povo vá as ruas e coloque os governantes na guilhotina. Não falo de revolta armada. A revolta da qual eu falo é a do ser humano contra a escuridão. Há coisas que as pessoas não conhecem ou com as quais não concordam. Atos de revolta contra estas duas situações levaram à mudança, à luz e à evolução. Profundo? Nem tanto.
Tome-se um exemplo do qual eu gosto muito: Leonardo da Vinci. Ele foi, além de brilhante artista, arquiteto, inventor e estudioso, de um modo geral. Um inquieto. Claro, inquieto com a centelha da genialidade, mas inquieto. O lado criativo e inventivo não deixa de ser revolta. Queremos mudar algo que não nos agrada. Da Vinci fez estudos que variam desde anatomia, helicóptero, catapulta gigante, enfim, em tudo ele tentou pôr a mão. Esta é a revolta. Não se conformar em simples e bovinamente olhar a paisagem, as coisas como estão e dizer: "Então tá. As coisas são assim mesmo" - e ir tomar um chopinho. Ir adiante. Questionar. Por quê as coisas são como são? Eu gosto delas assim?
Um gênio precisa ser um observador. Ele precisa olhar e refletir, mesmo que em milésimos de segundo. Mas é necessário que ele capte o mundo. Aí, ele interfere. Um artista é assim, um intervencionista. Um rebelde. Ele é um revoltado, não se contenta em ver o mundo e não interferir. Por isto até se chamam "intervenções artísticas". Um inventor também é assim. Ele olha o funcionamento de determinadas coisas e resolve alterá-las. Também ele é um rebelde.
Como se vê, a revolta não precisa ser necessariamente beligerante. Ela pode ser pacífica e gerar evolução. Pode ser uma luz na escuridão. E, se é assim, revoltemo-nos todos!
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