Apple retocando a imagem

A Apple, depois do anúncio/reconhecimento de que reduzia o desempenho dos seus celulares mais antigo para forçar a sua troca está tendo que dar uns retoques na imagem. Porque esta notícia pegou as pessoas de surpresa, não somente pela prática, mas por se tratar da Apple, icônica marca no mundo dos celulares (e outros). Foi uma verdadeira bomba.

A saída foi a empresa ofertar a troca de baterias a um custo bastante inferior ao que seria praticado. O (talvez) prejuízo que ela possa ter nesta operação é infinitamente inferior ao prejuízo de imagem que ela teve. Imagem construída ao longo de décadas, configurando-se (como eu disse anteriormente) em verdadeiro ícone dos celulares e da indústria criativa e de inovação. Ela surfou na liderança por muitos anos, até que nos últimos anos começou a ser "incomodada" pela Samsung. Mas nada que com o lançamento do Apple X não fosse combatido com boas armas. Tanto assim que a briga pelo mercado nos últimos anos era entre Apple e Samsung. Os outros fabricantes, mesmo que com qualidade e desempenho, vinham depois.

Fiquei pensando que a ideia, originalmente, possa até ter sido com boa intenção, não necessariamente na maldade, como aparenta. O problema é que entre uma ideia e sua implementação nem sempre corre um rio de águas límpidas. Desta água, o consumidor não quis beber. Além disto, e em se tratando de imagem (especialmente em um mercado milionário como o mobile), há a maneira com a qual a notícia foi dada. Da maneira como foi dada, não há como negar que pareceu má fé. Mas (insisto) não descarto um pensamento positivo da empresa querendo oferecer o que há de melhor sempre para os seus clientes. Não afirmo, mas planto aqui a dúvida.

Mas a bomba foi jogada e fez estragos. Décadas construindo a melhor imagem, calcada em produtos altamente diferenciados, tanto assim que as pessoas colam o símbolo da empresa em seus carros (comunicando que se trata de objeto de desejo, símbolo de inovação, arrojo, liderança, status, futuro e tantos outros atributos que eu encheria a coluna com eles) e consideram seus produtos muito mais do que produtos.

Mas o ambiente de negócios é cruel e Samsung, LG, HTC e Motorola (até o momento foram estes) vieram a público comunicar que não fazem nem jamais farão algo parecido, deixando a Apple numa muito incômoda posição de isolamento em uma prática não recomendável.

Entendo que, apesar do natural prejuízo em marca e negócios, a empresa fez o que manda o gerenciamento de crise: respondeu rápido, de forma honesta e ainda procurou oferecer um "remédio" (a redução significativa do preço para troca de suas baterias). Mas isto não será suficiente, claro. Se a companhia já estava trabalhando em inovações, terá que trabalhar 25h por dia, investir em marketing, trazer novos (e muito expressivos) recursos ou equipamentos, é necessária e fundamental uma resposta mais do que consistente: inovadora, como é o mantra da própria empresa. Sem isto, será um abalo de proporções muito maiores do que se imagina.

Sim, porque, para finalizar, a Apple estava sendo cutucada em sua liderança pela Samsung e havia feito um lançamento de produto que foi criticado por não oferecer grandes inovações. Não estava em um momento nada favorável (considerando-se, claro, toda a sua trajetória). Agora (aguardem), veremos diversas ações. Uma delas será o aumento de merchandising em filmes de cinema e séries. E muitos outros estão sendo pensados neste momento.

DICAS DO GUION

E o Guion segue oferecendo os melhores (e por que não, mais inovadores) filmes: dois representantes ao Oscar 2018. Este é o momento ideal para curtir os filmes, as delícias, o ambiente perfeitamente climatizado, o estacionamento ao lado, as exposições, os livros e CDs rigorosamente selecionados. Não marque bobeira e vá até lá hoje mesmo!

ESTREIAS

120 Batimentos por Minuto (Drama, França, 144min, direção de Robin Campillo)

The Square - A Arte da Discórdia (Comédia Dramática, Suécia-Alemanha-Dinamarca-França, 142min, direção de Ruben Östlund)

EM CARTAZ

E seguem em cartaz os excelentes sucessos de Com Amor, Van Gogh, Roda Gigante (o mais recente de Woody Allen), Assim é a Vida e Suburbicon (com direção de George Clooney).

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