Atos desatados
Somos, todos, tocas de toques. Caramujos cujas caras sobrepujam pungências e urgências interiores. Do roçar da roça ao esbarrão das urbes, nos embaraçamos, embargamos, …
Somos, todos, tocas de toques. Caramujos cujas caras sobrepujam pungências e urgências interiores. Do roçar da roça ao esbarrão das urbes, nos embaraçamos, embargamos, embirramos, emburramos. Precisamos de gestos - precisos ou imprecisos - para prestigiar o que é precioso. Uma boca, dois olhos, dois braços, duas mãos, dez dedos - nunca tantos fizeram tanto com tão pouco. Para prender, basta ser desprendido. Demonstrar - eis o mostruário visível do invisível. O beijo só é transmissível por via oral. Abraço sem carinho é muita falta de tato. Um aceno é sempre mais que cinco dedos no ar. Quando aplausos soam, o que menos vibra são os tímpanos. O arrepio de prazer é o jeito da pele se emocionar. Quem é sincero ao apertar a mão merece cumprimentos. O gesto de afeto é uma coisa palpável até à distância. Pessoas que têm cócegas vivem rindo disso. Carícia é isso que toca além do local onde atinge. Os limites do corpo a corpo não são os limites do amor. Contato íntimo em público continua íntimo? Etc. |
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DO PARLATÓRIO AO FALATÓRIO A diferença entre o diálogo e o monólogo * * * * * * * |
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Gráfica também é fotográfica. Admiração. Na Edição #56 da Gráfica, o fotógrafo Luis Carlos Felizardo mereceu um caderno com mais de 20 fotos, além de entrevista que amplia os horizontes dele para os leitores. Suas máquinas de grande formato parecem pequenas para a sua enorme sensibilidade. É a constatação a que se chega folheando as páginas com lenta abertura, longa exposição, olhar arregalados. Mundo afora, instituições já têm Felizardo em seu acervo. E feliz de nós que o temos em pessoa, aqui em Porto Alegre, para ver, para ler, para conversar. Admire a Gráfica e como o Felizardo a fez mais admirável. |
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