Cuidado, Titanbook

O título faz referência a dois empreendimentos emblemáticos, cada um no seu tempo. O Titanic era o navio "inafundável". Pois é. Não foi bem o que aconteceu e tudo ocasionado por um rasgo não tão grande em seu casco, provocado por uma ponta de iceberg. Ou seja, um pequeno dano causando uma enorme tragédia - primeiramente em número de vidas humanas, é claro, mas também de um empreendimento gigantesco e dito pelos próprios construtores como inafundável. Afundou.

Na Faculdade de Engenharia, aprendi que não há material totalmente impermeável (por tempo indeterminado, claro), nem isolante(elétrico) perfeito. O mesmo se pode dizer de qualquer empreendimento. Todos têm um calcanhar de Aquiles, que se for tocado, naufraga (ou equivalente). Cabelos de Sansão, Kriptonita, foram modelos da falta de algo que seja totalmente indestrutível ou insuperável.

Em Tecnologia da Informação, então, isto se torna ainda mais evidente. Caiu na rede? Não adianta deletar desesperadamente e achar que sumirá. Já era. Foi. Nunca mais sairá de um ambiente eletrônico - e, portanto, um acesso - público. Portanto, o melhor é tomar cuidado com a sua privacidade e seus negócios, redobrado cuidado. Richard Snowden (que atualmente reside na Rússia) está aí para mostrar que mesmo grandes organizações totalmente voltadas ao sigilo são violáveis. Bem como o WikiLeaks, de Julian Assange, encontrado em cativeiro particular há muitos anos. São somente dois exemplos notórios, afora hackers a todo momento invadindo sites de enormes corporações ou ainda sites ultraprotegidos como os da CIA e FBI.

Mais recentemente, a Apple teve que vir a público confessar que reduzia a vida útil de suas baterias com o passar dos anos intencionalmente, para forçar a troca de aparelho por parte do usuário. Ficou muito mal para a empresa e sua imagem e ela reduziu drasticamente os valores para a troca de baterias de alguns de seus modelos de IPhone. Mas foi descoberta e arranhou a imagem da empresa, como já abordei em coluna anterior.

Pois agora - não foi o primeiro fato, mas este certamente foi o mais importante - foi o Facebook. A partir de uma parceria extremamente malsucedida com a Cambridge Analytica, foram surrupiados dados de centenas de milhões de usuários(os números vão aumentando com o passar dos dias). Mas não para por aí. Através de algoritmos inteligentes(um pleonasmo, mas permitam-me), houve interferência direta e programada na eleição de Donald Trump para presidente dos EUA e para a decisão da Inglaterra pelo Brexit. Fatos nada desprezíveis na história da Humanidade, sem dúvida. Gigantes. Que influenciam centenas de milhões de pessoas e suas vidas e tiram a credibilidade de processos considerados absolutamente limpos e idôneos anteriormente. Tiram a credibilidade de processos, de instituições, de candidatos, de países e, óbvio, do próprio Facebook.

Seu grande administrador, Mark Zuckerberg, tem se desdobrado em explicações e na tentativa de afirmar peremptoriamente que providências já foram e estão sendo tomadas para que coisas como esta nunca mais aconteçam(o que, aqui pra nós, é impossível no ambiente eletrônico) na história da empresa, bem como melhorias, afirma que os usuários podem ficar absolutamente tranquilos quanto à privacidade e uso de seus dados(sinceramente, você está?). A maré do Facebook (para fazer uma analogia com o Titanic) já não estava boa com as modificações implementadas recentemente. Mas um fato como este (da Cambridge Analytica) faz um rasgo gigantesco no casco do navio Facebook. Se já havia uma tendência de gerações mais jovens não utilizarem a rede social, desta forma poderão estar afetando o público mais velho que encontrava no Facebook encontros, distrações, discussões, etc.

Está certo que para muitos apps e mesmo softwares a grande maioria das pessoas dá o "Li e concordo com os termos de utilização" sem sequer ler, pois lê-los significaria algumas horas de dedicação e um PhD ao seu lado para compreender muito da terminologia utilizada, tomar conhecimento de que você foi manipulado para suas decisões e/ou de que suas informações estão sendo utilizadas não para fins comerciais, mas justamente fins escusos e perversos faz um oceano de diferença.

O estrago da imagem da empresa é incalculável (no caso, até foi mensurável: quase US$ 50 bilhões em dois dias), não apenas nestes primeiros dias, mas no médio e longo prazo, em sua credibilidade e mesmo em sua utilização (que já vinha declinante). Conseguirá o Facebook consertar tamanho rasgo em seu casco (Mark Zuckerberg foi chamado por Londres e UE para prestar pessoalmente esclarecimentos)? Ou será o princípio do seu fim? Nunca se imaginou o fim do Orkut, mas... Aguardemos e observemos, que é sempre o melhor a fazer em circunstâncias como esta. Mas que o mal está feito - e mal feito - isto está. Água, muita água entrando.

GOKAN - APAIXONADOS POR SUSHI

Inicia no cuidado da seleção dos fornecedores e no trato dos produtos. Frutos do mar são facilmente perecíveis e contamináveis. Por isto, o Gokan tem um absurdo zelo nestes dois itens. Não por acaso é o melhor sushi da cidade. Sua loja do Viva Open Mall (que está operando a la carte) está fazendo tanto sucesso que tem faltado espaço na própria loja do Viva e na praça de alimentação para consumir as delícias de sushi. Sempre gostei de sushi, mas depois de conhecer e consumir seus produtos, entrei na legião de verdadeiro apaixonado por sushi - do Gokan, é claro. Não deixe de conhecer a nova e moderna loja do Viva Open Mall, mas prepare-se. Será uma experiência para o seu paladar totalmente inesquecível, absolutamente atraente nas quatro estações. Deixe-se levar e depois me conte! www.gokan.com.br.

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