Disrupturas e Mundo Líquido

O que Zygmunt Bauman chama de Mundo Líquido leva alguns de seus elementos às disrupturas. O Mundo Líquido é aquele em que as certezas estão diluídas, escorrem por entre os dedos. Um mundo incerto, em termos de fronteiras, relações pessoais e profissionais, relações entre empresas e quase toda sorte delas.

Lembrei-me disto ao ver a notícia de nossa Capital de que o modelo de negócios de táxis sofrerá alterações (favoráveis a estes). E por que agora estas alterações? Porque transporte por aplicativo como Uber, Cabify e 99 (em especial o Uber, que foi pioneiro no Brasil) quebraram todos os paradigmas até então vigentes. Ou seja, tornaram este ambiente absolutamente líquido, pois o seu modelo de negócios permite alterações rápidas e radicais.

Na verdade, este modelo de negócios está sendo replicado em inúmeras áreas negociais, como (já citei em coluna anterior) bancos digitais, por exemplo. A entrada do Nubank foi emblemática, quebrando paradigmas de décadas que vigiam na prática dos bancos. O cartão de crédito roxo (voltado a um público mais jovem, mas que está absorvendo uma boa parte de clientes de uma faixa etária superior dos bancos), baseia-se na praticidade em todos os sentidos. Só o fato de não ser necessário ir a uma agência física com um calhamaço de papel já seria uma revolução, mas há ainda o controle por app, pagamento de fatura via internet banking e por aí vai. Tanto é assim que o Nubank tem hoje 3 milhões de clientes no Brasil. E aumentando.

Precisamos estar preparados, mesmo que sua área pareça inatingível por mudanças líquidas. O governo do estado do Rio Grande do Sul mostrou, ao extinguir/privatizar empresas e fundações, que nem o serviço público (caracterizado por estabilidade e pilares mantenedores) está livre de mudanças.

Assim, é preciso estar atento a mudanças, tendências e - se possível (pois não é tão simples assim) - antecipar-se a elas. Não se sente em sua cadeira de rei e ache que agora pode relaxar, tranquilo que o reinado está garantido. Tanto em termos pessoais quanto profissionais, o rei pode ser posto (exemplos de reis depostos temos inúmeros na História). Nunca se sinta o rei. Sinta-se bem, mandando ver, mas não deixe de estar informado, reflexivo, trocando com pares, agindo e reagindo sobre fatos ou tendências.

Não é uma missão fácil, pois há pessoas que têm a tendência de serem mais rígidas, não terem facilidade a mudanças. Aliás, o ser humano tem dificuldade com mudanças, pois elas representam um lugar novo e, talvez, inseguro. Não disse que era fácil, disse que era necessário como uma ida ao dentista.

DICAS DO GUION

Porém, há coisas que não mudam. E permanecem excelentes. A qualidade da seleção e projeção dos filmes do Guion é uma delas. Não há como não encantar-se com o caldo cultural do Guion (que além de filmes possui uma ótima cafeteria, livros e discos selecionados com absoluto critério) e suas instalações. Não perca e vá hoje mesmo conferir três estreias de alta qualidade!

ESTREIAS NACIONAIS

Deixe a Luz do Sol Entrar (Comédia-Romance, França-Bélgica, 94min, com direção de Claire Denis), com Juliette Binoche no elenco;

Château-Paris (Comédia dramática, França, 81min, com direção de Mody Barri e Cédric Ido)

Madame (Drama-Comédia-Romance, França, 91min, com direção de Amanda Sthers)

EM CARTAZ

E seguem em cartaz os grandes Amante Por Um Dia, A Livraria, Em Pedaços, Lou e A Odisseia.

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