Licenciamento: Quem realmente conhece

      A utilização da ferramenta licenciamento é conhecida, em termos gerais, pela grande maioria dos profissionais de comunicação e marketing. Quem nunca viu um caderno …

      A utilização da ferramenta licenciamento é conhecida, em termos gerais, pela grande maioria dos profissionais de comunicação e marketing. Quem nunca viu um caderno com a Xuxa na capa? Um chinelo do Guga? Uma sandália ou relógio da Barbie?
      Porém, acredito que, ao menos aqui no RS, temos um terreno muito fértil à frente. Há um potencial gigantesco para as empresas explorarem o licenciamento.
      O licenciamento nada mais é do que o aluguel de uma marca ou personagem/personalidade. A empresa fabrica mochilas e resolve incluir uma marca famosa. A contrapartida é o pagamento de royalties ao proprietário da marca.
      Um exemplo também interessante é o dos clubes, que cedem seus distintivos e marcas para terceiros produzirem artigos, os famosos artigos licenciados de times de futebol, principalmente.
      O que acredito que poucas pessoas sabem é o tamanho deste mercado.
      Alguns números do licenciamento:
      O mercado brasileiro de licenciamentos movimentou R$ 2 bi em 2001.

      O mercado mundial movimenta US$ 112 bi.

      20% do faturamento da Disney provém de licenciamentos.

      A Coca-Cola vendeu, somente através de licenciamentos, US$ 1bi.

      A Estrela(brinquedos) vendeu 200 mil bonecas Emília e 100 mil bonecas Susi do Sítio do Picapau Amarelo.
      Como podemos ver, é um mercado nada desprezível.
      E quais os objetivos da utilização de marcas/personagens para a minha empresa, se produzo xampus, por exemplo?
      Basicamente, são duas as razões para uma empresa adotar o licenciamento:
      a) crescimento de vendas: ao identificarem a imagem de seu ídolo ou marca famosa, imediatamente os consumidores estabelecem um vínculo com o produto, transformado em consumo.

      b) Relacionamento e fidelização: através da utilização desta marca conhecida, a empresa passa a estabelecer um relacionamento mais próximo com o consumidor. Conforme o professor Marcos Machado, da ESPM, "as marcas agregam valores emocionais".
      E como opera este mercado?
      Basicamente, existem empresas que detêm os direitos de utilização das marcas. Alguns casos:
      a) Simpsons, Coca-Cola Corporativa, Playboy, Grêmio, Corinthians: a detentora destes direitos no Brasil é a Redibra, dirigida no RS pelo Fabiano Veronezi

      b) Pernalonga, Piu-Piu, Frajola: a Warner Bros recentemente instalou escritório próprio no Brasil. Há até pouco tempo atrás, a Imagine Action (empresa do Maurício de Sousa, criador da Turma da Mônica) era quem representava a Warner Bros no Brasil.

      c) Turma da Mônica: a própria empresa administra e negocia a utilização dos personagens de Maurício de Sousa
      Não vou citar alguns casos, como Pokemon, Power Rangers, Meninas Superpoderosas, para não me alongar demais.
      Voltando ao mercado gaúcho, somente a Redibra até agora nomeu um diretor para o mercado específico do Sul.
      Porém, conversando com o Fabiano Veronezi, que dirige o escritório em Porto Alegre, pude ver que os resultados vêm sendo altamente animadores. Além disto, ele pôde notar que as empresas detentoras dos direitos não realizavam um atendimento mais personalizado. De um modo geral, não havia pró-atividade; as empresas detentoras dos direitos é que aguardavam serem procuradas pelas indústrias, e não o contrário. Com isto, ainda segundo ele, grandes investimentos estão deixando de ser feitos em licenciamento. Ao apresentar às empresas as possibilidades existentes através do uso do licenciamento e colocá-lo (o licenciamento) na pauta da empresa, ele pôde ver que um número muito grande praticamente desconhecia os benefícios que podem advir desta prática.
      Podemos ver que temos um terreno muito fértil para a geração de negócios e crescimento de vendas das indústrias, fidelização de clientes, realização de promoções e, finalmente, satisfação de clientes.
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